Reinaldo Cafeo

Selic em 5% ao ano

03/11/2019 | Tempo de leitura: 3 min

O Brasil passou a praticar a menor taxa básica de juros de sua história: 5% ao ano. A taxa anterior era de 5,5% ao ano. Isso foi possível devido à combinação de alguns fatores. O primeiro deles é o controle inflacionário. A inflação acumulada em 12 meses e a projetada para os próximos 12 meses está abaixo do centro da meta que é de 4,25%. Outro fator é a necessidade de levar o País a um ciclo de crescimento. Juros menores estimulam o consumo. E ainda há um movimento do Banco Central brasileiro no sentido de reduzir o juro real, ou seja, os juros acima da inflação. Decisão acertada.

Como ficam as aplicações financeiras?

Esta taxa de 5% ao ano é a taxa de referência do mercado. Ela serve para financiar o setor público quando este emite títulos públicos. Considerando que aplicar em títulos públicos o risco é zero (ou próximo de zero) o sistema financeiro se molda em torno desta taxa. Com esta referência, ou seja, 5% ao ano, aplicar dinheiro no banco, nas modalidades conservadoras, indica que o dinheiro será remunerado abaixo de 5% ao ano. Por exemplo: a caderneta de poupança rende 70% da taxa Selic, portanto, o rendimento anual será de 3,5% daqui para frente. O rendimento do Certificado de Depósito Interbancário (CDI) cairá, os fundos de investimentos e até o mesmo os Certificados de Depósitos Bancários (CDBs) também terão juros menores. Enfim, a chamada renda fixa, tende a remunerar abaixo dos 5% ao ano.

Poupança rendimento negativo?

Vamos entender isso. Como colocado, a caderneta de poupança passará a render 3,5% ao ano ou 0,29% ao mês. Caso a inflação seja superior a este patamar, os juros reais, isto é, os juros acima da inflação, serão negativos. Assim, quando ouvir falar que a caderneta de poupança terá rendimento negativo, saiba que estão falando do rendimento acima da inflação. Para não "perder" dinheiro terá que buscar outras opções mais rentáveis no mercado. Pesquisar é preciso.

E os empréstimos?

Com um custo de captação menor é possível oferecer crédito a uma taxa de juros menor. Evidentemente que parte do estoque do dinheiro do sistema foi captado a uma taxa maior, portanto, teremos um tempo até que os juros caiam quando for para empréstimo, mas cairão. Para o crédito imobiliário, o mercado já anunciou que os juros caíram. Os financiamentos de automóveis ficarão mais baratos. Somente modalidades mais arriscadas, como crédito pessoal, cheque especial e o rotativo do cartão de crédito é que cairão pouco. Até mesmo capital de giro para as empresas ficará mais barato.

Portabilidade

Já toquei neste assunto, mas para quem tomou dinheiro emprestado (compra de imóvel, crédito pessoal, entre outros) considere negociar novo empréstimo em outro banco por taxa menor com a portabilidade. Espere as taxas ajustarem e reduza o custo dos empréstimos.

Cuidado com as promoções

Fim de ano chegando começam as promoções para atrair o consumidor. A próxima data importante será a Black Friday. Para não pagar metade do dobro, acompanhe já os preços do produto desejado. Faça um "print" da oferta e observe se não há manipulação no valor. Se isso ocorrer denuncie a empresa ao Procon. Qualquer promoção tem que trazer vantagem efetiva ao consumidor e não ser somente um chamariz. Fique atento.

Otimismo no ar

Observa-se que os agentes econômicos estão mais animados, principalmente após a aprovação da Reforma da Previdência. O indicativo é que nos preparemos para a retomada do crescimento. Não será nada exponencial, mas o crescimento virá. Podemos estar próximos de recuperar o tempo perdido. Crie sua estratégia.

Mude já, mude para melhor!

Poucos, mas bons e verdadeiros amigos, esta é a receita para a vida plena. Tenha-os por perto e compartilhe com os mesmos suas conquistas e até frustrações. Sempre é tempo para mudar. Mude já, mude para melhor!

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do SAMPI

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