Reflexão e Fé

Deus está morto? (Parte 1)

Hugo Evandro Silveira Pastor Titular - Igreja Batista do Estoril. E-mail: hugoevandro15@gmail.com

10/11/2019 | Tempo de leitura: 4 min

Argumentos ancorados no livro "Em Guarda" - Willian Lane Craig.

Na primeira metade do século passado era comum entre os filósofos crer que qualquer discussão acerca de Deus era sem sentido. Contudo com o entardecer do século 20 seguiu-se uma multidão de filósofos cristãos, em todo mundo, escrevendo sobre Deus nos jornais, participando de conferências especializadas e publicando textos e análises nas melhores editoras acadêmicas e, assim segue-se até os nossos dias. O ateísmo, embora ainda dominante nas universidades ocidentais, é um pensamento em retirada. Então podemos, logo de início, responder a provocação do título desse artigo: "Não! Deus não está morto" - nem na academia, a última trincheira de resistência e, muito menos nos corações humanos. Hoje há um interesse crescente pela teologia como observatório da existência de Deus. Argumentos filosóficos para a existência de Deus, articulados nas várias ciências acadêmicas, são encontrados em fervorosas e coerentes defesas, mesmo e apesar de todo esforço ateísta ainda presente e influente no ambiente acadêmico. Defendemos o fato de que no cenário da criação a existência de Deus é o que melhor explica uma ampla gama de dados da experiência humana.

Deus é a melhor explicação do porquê algo existe: Suponha que você estivesse caminhando pela floresta e encontrasse uma bola largada á beira do caminho. Você naturalmente se perguntaria como ela foi parar ali. Agora imagine que se seu parceiro de caminhada lhe dissesse: "Esqueça! Essa bola apenas existe!", logo você pensaria que ele estivesse brincando ou apenas quisesse que você continuasse a andar. Ninguém levaria a sério a ideia de que a aquela bola apenas existe, sem nenhuma explicação. Pois bem, observe que simplesmente aumentar o tamanho da bola até que ela coincida em extensão com o universo nada faz para fornecer ou remover a necessidade de uma explicação para que ela exista. Qual seria, então, a explicação da existência do universo, espaço e tempo? A explicação do universo pode estar somente numa realidade transcendente que vai além dele próprio. Ora, a melhor explicação para a existência do universo é um ser pessoal transcendente, que todos entendem por "Deus". Ocorre que tudo o que é contingente, acidental, casual ou duvidoso, existe uma explicação para que haja, assim o universo possui uma explicação para sua existência. Tal explicação trata-se de um ser transcendente e pessoal.

Deus é a melhor explicação para a origem do universo: Comprovadamente o universo não existiu eternamente no passado, mas teve um começo tempo finito atrás. Existem ciências propostas na tentativa de evitar a afirmação desse começo absoluto, mas tais modelos, para quem estuda essa área, estão repletos de incoerências, pois não conseguem estabelecer ordenadamente um passado eterno para o universo. O próprio ateísta Stephen Hawking em seu artigo intitulado "Did the Universe Have a Beginning?" [O universo teve um começo?] - Argumentou que o universo não teve um eterno passado. A grande maioria dos indícios científicos publicados dizem que o universo teve um começo. Surge, então, a questão inevitável: por que o universo veio a existir, por que foi surgido? O que trouxe à existência dele? Deve haver uma causa transcendente que articulou à existência do universo — uma causa fora do próprio universo. Podemos, portanto, acreditar pela lógica que o universo começou a existir e, se o universo começou a existir, torna-se lógico, identicamente, que o universo tem uma causa transcendente. A melhor explicação para a causa do universo é uma mente incorpórea não apenas como uma causa transcendente do universo, mas como iniciativa do seu próprio criador pessoal.

Deus também é a melhor explicação para a aplicabilidade da matemática ao mundo físico:

Matemática é a linguagem da natureza. Os naturalistas não têm nenhuma explicação para a fantástica aplicabilidade da matemática ao mundo físico. Em contrapartida, o teísta tem uma explicação pronta: "quando Deus criou o universo físico, Ele o projetou conforme a estrutura matemática criada por Ele para o universo", assim podemos argumentar que se Deus não existisse, a aplicabilidade da matemática seria apenas uma feliz coincidência; seria mais uma "das coincidências" em um mundo improvável e de tantas "coincidências". Todavia a aplicabilidade da matemática não é apenas uma feliz coincidência. A verdade é que há uma ação inteligente e lógica por trás daquilo que os naturalistas insistem em chamar de mera coincidência. Prosseguiremos no próximo domingo, mas em tempo, a crença em Deus é para quem O busca. Deus não está morto! Deus vive e governa a sua criação. Essa é uma crença apropriadamente básica e fundamentada na experiência do indivíduo em Deus. A Bíblia promete: "Achegai-vos a Deus, e ele se achegará a vós" (Tiago 4.8). Para quem entende, Deus se torna uma realidade viva e pessoal.

IGREJA BATISTA DO ESTORIL. CELEBRAÇÃO PÚBLICA: Domingo 19h

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do SAMPI

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