Wagner Teodoro

Quem mitou, quem micou

17/11/2019 | Tempo de leitura: 3 min

A seis jogos do final da temporada, é possível fazer uma análise do ano dos quatro grandes paulistas e avaliar quem mitou e quem micou em 2019. Sim, porque o destino de dois deles já está definido. Palmeiras e Santos estão garantidos na Libertadores. São Paulo e Corinthians seguem com ambições, a briga de ambos é para também beliscar uma vaga no principal torneio continental.

O cenário desta temporada não foi nada favorável ao quarteto. O futebol paulista vinha dominando o Brasileirão há quatro anos, com dois títulos do Palmeiras e outros dois do Corinthians. A não ser que ocorra a maior reviravolta da história do Nacional, o Flamengo é o campeão, quebrando esta hegemonia. A Copa do Brasil também ficou em mãos rubro-negras, com o Athletico. Sem conquistas nacionais e internacionais, resta avaliar o que cada um dos quatro grandes do Estado apresentou.

O Santos iniciou o ano com Sampaoli e pouco mais. Quase nenhum dos reforços solicitados pelo treinador chegou. E o time santista, ainda assim, superou expectativas, fez um Paulistão dentro das projeções e foi absolutamente consistente no Brasileirão. Fincou pé no G4 e de lá não sairá, garantindo vaga direta na fase de grupos da Libertadores. Mérito do treinador e do elenco, que comprou a proposta de jogo e fez o que muitos duvidavam. Voltemos ao início do Brasileirão, quais eram apontados como favoritos: Palmeiras, Flamengo, Grêmio, Cruzeiro… o Santos levantava dúvidas. Incerteza que foi transformada em realidade. Mais que tudo, apresentou bom futebol. Sem título, mas mitou.

Percalços e lições

São Paulo e Corinthians nem sabem se jogarão a Libertadores no próximo ano. Para dois gigantes, ficar de fora seria um fracasso. O São Paulo termina o ano de maneira parecida com 2018. Trocando técnico na reta final e um treinador que, se ficar, não inspira a mínima confiança na torcida. Assim foi com André Jardine. Assim é com Fernando Diniz. O agravante é que o clube deu esperança aos torcedores, qualificando o time com nomes como Daniel Alves, Juanfran, Pato, Pablo, entre outros. Não adiantou, pelo que o campo mostra, não deve terminar no G4, objetivo mais recente. O Grêmio, adversário direto pela vaga, é muito mais consistente. Aliás, o São Paulo vem deixando de ser irregular para atuar rotineiramente mal. Mau indício para 2020. Será que as lições não são aprendidas?

O Corinthians contratou do tamanho do orçamento que tinha e apostou em Fábio Carille. Ganhou o Paulistão e a ilusão de que o time poderia alçar voos mais altos. Ao longo da temporada o futebol de resultados se transformou apenas em futebol ruim. Carille caiu e o clube aposta em uma revelação, Tiago Nunes, para a próxima temporada. O treinador chega respaldado por títulos no Athletico, com ares de futebol moderno. Resta saber qual elenco vai ter em mãos. Virão reforços que permitam uma guinada de estilo e qualifiquem o Corinthians a brigar com elencos como o de Flamengo e Palmeiras, por exemplo? O São Paulo micou; o Corinthians nem tanto, mas também não mitou.

Expectativa frustrada

O problema do Palmeiras foi o tamanho da expectativa que criou. Aí começaram os tropeços. Queda no Paulistão, Copa do Brasil e, a mais dolorosa, na Libertadores. O sonho da final do Mundial com o Liverpool se foi. No Brasileirão começou como um rolo compressor. Veio a parada para Copa América e o time se perdeu. Voltou muito abaixo e viu o Flamengo arrancar. Trocou técnico, está mais consistente. Nunca saiu do G4, é verdade, mas o resultado ficou pequeno para a proporção do potencial. Tamanho investimento, elenco profundo, para nenhum título. Será vice-campeão e terá micado.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do SAMPI

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