Wagner Teodoro

Mudança de rota

24/11/2019 | Tempo de leitura: 3 min
Wagner Teodoro

Após quase um terço da temporada regular do NBB12, o Bauru Basket está fora da zona de classificação para os playoffs. O retrospecto parcial de três vitórias em nove jogos deixa a equipe na 13ª colocação, com apenas 33,3% de aproveitamento dos pontos disputados. O desempenho gera apreensão e descrença nos torcedores e, consequentemente, críticas e cobranças. Realmente, é uma campanha que faz repensar as ambições do Dragão no Nacional. Uma vaga na Copa Super 8, torneio que reunirá os 8 primeiros colocados do 1º turno e dará ao campeão uma vaga na Champions League Américas, vai ficando distante. Mais que isso, o time precisa brigar para se posicionar no mínimo no meio da tabela, já pensando em playoffs.

Pelo que o NBB mostra, Franca e Flamengo, como esperado, não devem oscilar e certamente estarão no G4. O Minas, apesar do começo instável, vem encorpando para ganhar posições e também chegar à zona de classificação direta às quartas de final. São elencos fortes e candidatos ao título. Além disso, o Mogi se mostra uma equipe consistente e o Paulistano surge como força para também disputar o G4. São Paulo e Corinthians têm condição de lutar pela quinta, sexta colocação. Nesta conta, são sete equipes. A partir do oitavo posto, seria a faixa de briga para o Sendi/Bauru. Para isso, é preciso acabar com a irregularidade e jogar no limite do que o elenco proporciona, com intensidade que a equipe ainda não conseguiu colocar em prática até aqui. Uma mudança de rota.

Carência e superação

O Bauru depende demais principalmente de dois jogadores: Lucas Faggiano e Nick Wiggins. A lesão de Larry Taylor causa grande impacto na equipe, que conta com uma primeira unidade boa, com nomes como Renato Carbonari e Jeremiah Massey. Mas a rotação é prejudicada pela falta de mais profundidade no elenco. O time carece ainda um pivô, um "cincão" dominante. Um cara de imposição física. Falta também dinheiro para contratá-lo. Renato tem muita técnica e contribui bastante para a equipe, mas acaba até sacrificado fazendo a função em garrafões pesados. E não tem reserva. Farad Cobb chegou para dar alguns minutos de descanso a Faggiano sem o time perder tanto a qualidade. Em variações, ambos podem até jogar juntos. É uma aposta. No Minas, onde estava antes, teve médias de 2,8 pontos, 2,5 rebotes e 1,5 assistência em 19,5 minutos de quadra.

Sem perspectiva de reforços, o time precisa recobrar a confiança para readquirir regularidade em busca de melhores perspectivas para o mata-mata. É impensável Bauru ficar fora dos playoffs. Não se trata de projetar título, mas de manter o basquete bauruense entre as potências do Nacional. Para isso, uma das armas históricas da equipe é a força em casa. Mas até aí o time andou falhando neste início de NBB. Em uma sequência de cinco partidas no Panela de Pressão, perdeu três e caiu para adversários diretos, como Unifacisa e São José.

Colocação digna

Na briga por um sonhado oitavo lugar, o que lhe daria vantagem de mando de quadra nas oitavas de final, o Sendi deve ter como concorrentes diretos a Unifacisa (não acredito que permaneça no G4, onde está), Pinheiros e Botafogo. Olhando os times, daria para equilibrar. Brasília, São José, Basquete Cearense lutam para entrar nos playoffs. O Sendi é superior a eles. Rio Claro e Pato Basquete não devem se classificar. Por isso a derrota, em casa, para o time joseense foi desastrosa. Obviamente, com classificação a partir da 10ª colocação ao final a primeira fase, os adversários nos playoffs sobem de patamar e o sonho de uma vaga nas quartas de final, que seria uma campanha digna e honrosa, fica bem mais distante.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do SAMPI

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