Reinaldo Cafeo

Cotação do dólar

24/11/2019 | Tempo de leitura: 2 min

Em 2014, o então presidente do BNDES, o economista Luciano Coutinho, resumiu como é prever a taxa de câmbio. Ele disse: "A taxa de câmbio é invenção de Deus para humilhar economistas. É imprevisível, pode ficar no mesmo patamar ou não". E a frase é muito atual, posto que os indicadores econômicos do Brasil indicam uma cotação do dólar muito abaixo do patamar atual.

Os fatos 1

A prática do tripé macroeconômico que indica boa gestão financeira de um país é realidade no Brasil, o que por si seria suficiente para acalmar o mercado cambial. Um dos elementos deste tripé é ter metas de inflação e seu nível projetado estar dentro desta meta. O Brasil pratica metas de inflação. Neste ano, a meta é de 4,25% ao ano e fecharemos 2019 abaixo de 4%. E a projeção futura é benigna, portanto, o País tende a cumprir a meta para 2020, que é de 4% (redução de 0,25 ponto percentual sobre este ano).

Os fatos 2

O outro elemento do tripé macroeconômico é austeridade fiscal. O Brasil vem promovendo ajuste fiscal, sendo que a recente aprovação da Reforma da Previdência é a comprovação deste compromisso com o ajuste fiscal. Independentemente das reformas, neste ano de uma previsão de déficit primário (receita orçamentária menos despesas, sem o pagamento dos juros) na ordem de R$ 139 bilhões, o País fechará em R$ 80 bilhões.

Os fatos 3

E, finalmente, completa-se o tripé macroeconômico com a implantação do câmbio flutuante, o que é realidade no Brasil, ou seja, no País é o mercado que define a cotação da moeda estrangeira, ficando o Banco Central como regulador em momentos em que houver desarranjo na cotação.

E aí?

Considerando que o tripé está sendo praticado em sua plenitude, que os índices de desempenho econômico, tanto setoriais como macro, estão em alta, considerando o ambiente econômico doméstico, o dólar teria que operar em níveis mais próximos a R$ 4,00 e até mesmo abaixo deste patamar. Existe, na prática, aversão a risco ditado pelo comportamento do capital estrangeiro. A América do Sul não vai bem (Argente, Bolívia, Chile, Venezuela e Colômbia), a China e Estados Unidos não chegam a um acordo comercial, portanto, nervosismo vindo de fora. Poucos motivos internos poderiam explicar parte do nervosismo no câmbio: a frustração do leilão do pré-sal e a instabilidade política provocada pela saída do presidente Bolsonaro do PSL para fundar um novo partido (o governo precisa de boa base aliada para levar em frente às reformas estruturais). Resumindo: esse nervosismo tende a passar, mas como colocado, sem que seja possível fazer qualquer tipo de previsão, já que a taxa de câmbio é "invenção de Deus".

Mude já, mude para melhor!

Invista em sua carreira e esteja preparado para o novo. Quem se acomoda, perde espaço no mercado. A única certeza que temos é: as coisas vão mudar. Mude já, mude para melhor!

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do SAMPI

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