Conversando com o Bispo

A Imaculada Conceição

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08/12/2019 | Tempo de leitura: 3 min
Dom Rubens Sevilha, OCDBispo Diocesano de Bauru

Toda mãe é santa. Pelo menos é assim que os olhos dos filhos a veem. Dá para imaginar o olhar amoroso do filho Jesus em relação a sua mãe, Maria? O olhar de Jesus foi sempre cheio de ternura e compaixão para com os pequenos e pecadores; imaginemos, portanto, como deve ter sido o amor de Jesus para com sua mãe e vice-versa.

Toda mãe é santa e especial, mas a Mãe de Jesus, por motivos óbvios, deveria ser ainda mais santa e mais especial. E o Pai celestial caprichou ao criar a Mãe do seu Filho amado. Deus criou Maria sem mancha, sem mácula alguma, desde a sua concepção (conceição), por isso a chamamos de Imaculada.

Contemplando o amor de Jesus por sua Mãe, torna-se impossível também a nós, que amamos Jesus e queremos segui-lo, não amarmos a Mãe dele com o mesmo olhar amoroso de Filho para com sua Mãe. "Eis a tua mãe" - disse Jesus, do alto da cruz, ao discípulo amado. "Eis o teu filho" - disse à mãe dolorosa. E o discípulo a levou para sua casa (Jo 19,27).

Até socialmente, uma mãe tende a "adotar" como filhos os melhores amigos dos seus filhos adolescentes e jovens e os amigos tendem a "adotar" a mãe do amigo como mãe deles também. Geralmente, através da amizade dos filhos as mães se tornam amigas. Atualmente, com as amizades virtuais, sem a presença física, creio que as mães estão sendo excluídas nestas relações. É mais uma perda e um enfraquecimento dos relacionamentos humanos.

Maria, a Mãe de Jesus, como toda boa mãe, é simples, carinhosa, firme e vê tudo ao seu redor. Foi Maria que percebeu a falta de vinho na festa de casamento em Caná (Jo 2,3). Mãe nunca abandona ninguém e nem foge da luta. Maria estava discretamente em todos os momentos da vida do seu Filho e na vida dos discípulos dele. Por isso, Maria Santíssima está tão presente em nossa vida de fé e ela mesma profetizou: "Todas as gerações me chamarão de bem-aventurada" (Lc 1,48).

Mãe é tudo de bom. A presença feminina e materna de Nossa Senhora completa e preenche a nossa vida espiritual. Nossa Igreja, sem a presença de Maria, seria uma Igreja masculina demais, seria uma casa sem mãe...

Maria nunca fez sombra ao seu Filho Jesus. Os primeiros escritores da Igreja escreveram que Jesus é o sol e Maria é a lua onde a luz do sol se reflete. A lua não tem brilho próprio. Seria um exagero chamar Maria de Mãe de Deus? A divindade pode ter mãe? São simples a resposta e a lógica usadas pelos cristãos dos primeiros séculos do cristianismo. Após longos debates onde uns afirmavam a divindade de Cristo e outros a negavam, a Igreja reunida (Concílio) definiu que Jesus é verdadeiro homem e verdadeiro Deus. Além de seguir a lógica, ou seja, se Jesus é Deus, a Mãe dele pode ser chamada de Mãe de Deus, também assim reafirmavam a divindade de Jesus.

Obviamente, Maria não é mãe da divindade, mas é a verdadeira mãe da humanidade de Jesus. Toda a genética de Jesus é herdada de Maria. Toda a educação e formação humana e espiritual (judaica) de Jesus, ele a recebeu de Maria e José. Ao se tornar adulto, Jesus manteve todo seu amor maduro, sem dependência infantil, à sua mãe. Um filho que seja frio e indiferente em relação a própria mãe, tem alguma coisa errada. Em Jesus tudo é perfeito. Um filho adulto que seja apegado e extremamente dependente da mãe, tem alguma coisa errada. Em Jesus tudo é perfeito. Jesus, eu te amo e amo tua Mãe também.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do SAMPI

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