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09 de maio de 2024
Wagner Teodoro
Prenúncio de espetáculo
08/12/2019 | Tempo de leitura: 3 min
O Liverpool confirmou oficialmente que vai usar força máxima no Mundial de Clubes, que ocorre neste mês, no Catar. Notícia alvissareira para quem gosta de bom futebol, de jogo ofensivo. Havia uma dúvida sobre qual seria a escolha dos Reds em um mês cheio de compromissos pela Premier League e Copa da Liga da Inglaterra. Tão logo anunciou que dará a devida atenção ao Mundial, o técnico Jürgen Klopp já tratou de poupar alguns jogadores. No clássico de Liverpool diante do Everton, mesmo assim, fez 5 a 2, além de anotar 3 a 0 no Bournemouth na sequência. E o time chegou à impressionante marca de 32 jogos sem derrota na primeira divisão do Campeonato Inglês, a maior sequência invicta da sua história.
Um prenúncio do que todos que se candidatam a levantar a taça no Catar terão pela frente. O Liverpool, em busca de um título inédito para sua coleção, vai estar em campo com o melhor goleiro do planeta, Alisson, o melhor zagueiro do mundo, Van Dijk, o melhor lateral-esquerdo em atividade, Robertson. Isso só na defesa. Mas a parte mais temida é um ataque poderoso, capaz de demolir qualquer adversário, que conta com Firmino, Mané e Salah como destaques. O senegalês, para mim, o grande jogador da temporada passada e que segue em alta, absolutamente letal. O elenco ainda tem nomes como Wijnaldum, Shaqiri e Origi.
Choque ofensivo
Quero ver o que todos também desejam. Um choque entre o poderoso Liverpool e o forte Flamengo. Imagino, mais que isso, acredito em um confronto franco, com times propondo jogo, bem disputado. O esquadrão rubro-negro com Diego Alves, Rafinha e Filipe Luís, todos com passagens vitoriosas pelo Velho Continente, além do competente meio-campo e do trio Arrascaeta, Bruno Henrique e Gabriel frente à seleção do Liverpool. O técnico Jorge Jesus com uma carreira inteira na Europa e, portanto, conhecedor íntimo do que o adversário representa, buscando surpreender.
Sim, surpreender. Porque, se o Liverpool realmente jogar completo e levar o Mundial com seriedade, será preciso uma jornada iluminada do Flamengo para ser campeão. Duas torcidas apaixonadas. Uma que se autointitula a maior do mundo e é de fato uma nação, a outra que carrega o lema "You'll never walk alone", imortalizado no escudo da equipe de Anfield, e apoia o time aonde ele for. Promessa de um lindo espetáculo.
Antes, porém, ambos precisam passar pelas semifinais. O Flamengo entra em campo no dia 17 e enfrenta o vencedor do confronto entre Al Hilal, da Arábia Saudita, e Espérance, da Tunísia. O Liverpool faz sua estreia no dia seguinte e encara Monterrey, do México, ou Al Sadd, do Catar, ou Hienghène, da Nova Caledônia. Apesar das zebras que atacaram recentemente times da América do Sul, entre eles Internacional, Atlético-MG, Atlético Nacional e River Plate, acredito na tradicional final entre sul-americanos e europeus.
Últimas chances?
O Flamengo, por sinal, é um dos sul-americanos que vão disputar um dos últimos Mundiais de Clubes neste formato. O que aumenta chances de surpreender os europeus. De 2005 para cá, somente três clubes quebraram a hegemonia europeia na competição. Abismos financeiros à parte, São Paulo, sobre o próprio Liverpool; Internacional, contra o Barcelona; Corinthians, diante do Chelsea, foram os heroicos times que conseguiram a façanha. Mostra o quão desequilibrado, hoje, o futebol é. Mas ainda existe um sonho, uma pequena possibilidade. São dois jogos para a glória.
A partir de 2021, com o novo formato de 24 clubes e, no mínimo, oito do Velho Continente, o que é uma surpresa no Mundial de hoje, vai se tornar algo remoto. As grandes potências europeias estarão em campo e devem impor uma hegemonia total sobre os times de outros continentes.
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