Wagner Teodoro

Não falta mais nada

22/12/2019 | Tempo de leitura: 3 min

Aquele espaço vazio na abarrotada sala de troféus do Liverpool foi preenchido. O poderoso e vitorioso time inglês faturou a única taça que faltava em sua extensa coleção de conquistas, vencendo o Mundial de Clubes em sua quarta final da competição - antes, foi superado, em 1981, pelo próprio Flamengo, em 1984, pelo Independiente-ARG e, em 2005, pelo São Paulo. O título, com vitória por 1 a 0 na prorrogação em cima do Flamengo, no Catar, faz prevalecer a lógica de um abismo financeiro entre os clubes europeus e sul-americanos. E o Liverpool mereceu. Jogou como sempre e ganhou. Um verdadeiro esquadrão mundial, com jogadores selecionáveis em todas as posições e que faz gosto ver atuar. Enfrentou um bravo adversário, mas teve as melhores oportunidades e se impôs para concretizar os prognósticos. Firmino marcou o gol da vitória que valeu o mundo. Aliás, o brasileiro desequilibrou neste Mundial. Nas semifinais, veio do banco para anotar o gol da classificação sobre o Monterrey, fazendo jus à idolatria dos torcedores do Liverpool. No final, o time alcançou a glória ao som do "hino" "Hey Jude", dos Beatles, uma lembrança ao "Fab Four", referência quando se pensa em Liverpool e trilha sonora perfeita para encerrar a jornada que culminou com a inédita conquista.

Bom de se ver

O confronto atingiu as expectativas. Apesar do magro placar, até de certa forma inesperado para dois poderosos ataques, foi bem jogado e cheio de alternativas. Sem chutões, sem violência. Duas equipes técnicas, boa troca de passes, times que sabem o que fazer com a bola e sem ela. Transição rápida, marcação intensa e qualidade em campo. Ambos tiveram chances. As melhores Flamengo em duas finalizações de Gabriel, ambas no segundo tmepo. O Liverpool teve com Firmino suas principais oportunidades. A primeira logo nos segundos iniciais, quando ele recebeu nas costas de Rodrigo Caio, que fez grande partida, e, sozinho, finalizou por cima na cara do gol. A segunda em bonita jogada, quando com um toque de categoria deixou para trás Rodrigo Caio e finalizou na trave. O gol veio em uma jogada verticalizada, bem ao estilo do técnico Jürgen Klopp. Roubada de bola. Mané recebeu lançamento, teve qualidade para dominar, girar pressionado e, com ótima visão de jogo, encontrar Firmino. O brasileiro, com frieza, cortou para o meio, tirando Rodrigo Caio e Diego Alves de uma só vez, para finalizar e anotar o gol do título, já na prorrogação. Prêmio para um time que joga para frente, é agressivo, faz gols. Prêmio para o futebol.

E o Flamengo?

O Flamengo está de parabéns. Sai triste, mas de cabeça erguida. Segue a "seca" sul-americana, que não ganha um Mundial desde de 2012. Mas o Rubro-negro foi o melhor do continente neste período. Destoou das posturas de finalistas diante dos europeus em anos anteriores. Não se encolheu, jogou futebol, criou chances e poderia ter melhor sorte. Começou meio acuado, mas conseguiu se encontrar, equilibrou a posse de bola. O Liverpool foi superior, mas o Flamengo mostrou atitude, desafiando a lógica. Não gostei das substituições de Jorge Jesus, sacando Everton Ribeiro e, principalmente, Arrascaeta. No momento que escrevo ainda não sei quais as justificativas do treinador, mas acredito que possa ter sido por questão física também. A mesma "Hey Jude", que homenageou o Liverpool, serve de consolação e motivação para os rubro-negros para que peguem esta triste "canção" e a tornem melhor na próxima vez. Afinal, "você foi feito para ir lá e conquistá-la".

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do SAMPI

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