Wagner Teodoro

Planejamento à prova

19/01/2020 | Tempo de leitura: 3 min

Quando o Noroeste pisar no gramado daqui a seis dias para encarar o EC São Bernardo, vai colocar à prova seu melhor planejamento e preparação em busca do acesso à Série A2 desde que voltou a disputar a Terceirona, em 2016. A pré-temporada de três meses, iniciada em novembro, com treinos e amistosos, contratações estudadas de atletas e, sobretudo, do técnico Luiz Carlos Martins mostra que o clube fez a "lição de casa" para chegar forte à briga por um difícil acesso, porque a temporada promete ser das mais complicadas. Uma Série A3 repleta de equipes tradicionais e competitivas, como Linense, Marília, Paulista, Comercial, Barretos, Nacional, entre outros. É um ano especialmente duro para ficar com uma das duas vagas em jogo. O Norusca trabalhou com critério e profissionalismo para se credenciar a lutar para subir. Mas a verdadeira realidade da divisão, o equilíbrio das forças, só vamos saber mesmo após algumas rodadas.

O Noroeste tem como principal arma o comando competente e experiente de Martins. São 17 acessos na carreira e trabalhos de muito sucesso em várias divisões. Um treinador que administra bem o grupo e é capaz de colocar em prática variações táticas. Ou seja, o que o time pouco teve no ano passado. A princípio, Martins deve escalar os 11 iniciais com Pablo; Carlinhos, Guilherme Teixeira, Jean Pierre e Renan; Jônatas Paulista, França, Igor Pimenta e Yamada; Pedro Felipe e Fabrício, salvo alguma mudança ao longo da última semana de trabalho, motivada por imprevisto. O Noroeste sonha com a possibilidade de acertar o retorno de Richarlyson para qualificar ainda mais o meio-campo. Um setor com França e Richarlyson seria o melhor de toda a Série A3.

Quatro forças e um emergente

Antes da Série A3, a bola rola no Paulistão a partir de quarta-feira (22). A elite começa com as quatro forças de sempre e um emergente, o Red Bull Bragantino, que ganhou asas com orçamento de R$ 200 milhões e foi o clube mais agressivo no mercado, tendo uma política muito bem definida de contratações: jogadores jovens e promissores. Sim, o Bragantino pode fazer estrago e ameaçar São Paulo, Santos, Palmeiras e Corinthians. Ainda mais que os quatro estarão divididos entre Libertadores e Estadual. Aliás, o provável cruzamento de quartas de final já coloca Bragantino no caminho do Corinthians, pois ambos estão no mesmo grupo da primeira fase e devem ficar com as duas vagas em disputa.

Entre os grandes, o Corinthians foi quem mais se movimentou, com destaque para as contratações de Luan e Sidcley. Também repatriou Pedro Henrique e Camacho. Mas acertou mesmo no técnico, pelo menos na concepção de futebol que Tiago Nunes tem. A promessa é de mudança no estilo que predominou no Parque São Jorge recentemente: adeus retranca e olá futebol agressivo, buscando gols, no plural, bem entendido. O Palmeiras mudou sua estratégia no mercado, resolveu enxugar seu numeroso elenco e apostar no veterano Vanderlei Luxemburgo. Tem elenco. Vamos ver o que o "Pofexô" fará com o material disponível.

O São Paulo aposta em continuidade. Busca recuperar Hernanes, provável que consiga, e Pato, aí já não sei. O elenco dá opções. A minha dúvida é se Fernando Diniz é capaz de aproveitá-las. O Santos aposta em Jesualdo Ferreira, experiente e vencedor, para seguir extraindo o máximo de seu elenco, assim como Jorge Sampaoli conseguiu em 2019. O português chegou a duas semanas da estreia no Paulistão. Muito pouco para qualquer assinatura em seu trabalho no começo do Estadual. A boa notícia é que o elenco já um DNA ofensivo, de bom futebol.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do SAMPI

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