Reinaldo Cafeo

Coronavírus: cenário conturbado

22/03/2020 | Tempo de leitura: 2 min

Sem dúvida é um momento desafiador. A maior parte das pessoas desta geração não passou por um momento tão agudo e o que é pior, sem que consigam traçar um cenário no curto prazo. Tudo que projetarmos e algum momento terá que ser revisto. Vamos navegar por alguns temas econômicos.

Inflação

Mesmo com pressão da maior cotação do dólar, portanto, impactando nos insumos e produtos importados, não há nada no horizonte que indique pressão sobre os preços. Pelo contrário, afinal sem consumidores ativos e ainda retraídos, a tendência é que os preços caiam. Variável controlada.

Juros

Comprovando a premissa acima, o Banco Central brasileiro reduziu novamente a taxa básica de juros, caindo de 4,25% ao ano para 3,75% ao ano. É a menor taxa nominal e real (acima da inflação) da história. Isso reduz a remuneração das aplicações financeiras conservadoras (poupança, CDBs, Fundo de Renda Fixa, LCA, LCI, entre outras) e tende a reduzir os juros dos empréstimos. Talvez não estimule muito o consumo, mas facilita a vida dos devedores que em momentos de crise como agora, terão mais facilidade na renegociação de dívida. A decisão do Banco Central brasileiro está alinhada com as dos demais Bancos Centrais das principais economias do mundo.

Dólar

Esta variável tira o sono de qualquer Economista. Eu apostava que não atingiria os R$ 5,00 (escrevi aqui e postei vídeo no Youtube em meu canal) e passou de longe deste valor. Me vali, a época, do depoimento do Paulo Guedes afirmando que chegaria a R$ 5,00 somente se ele fizesse muita besteira, e ainda não tinha visão da dimensão do novo coronavírus tanto na saúde pública como na economia. O cenário mudou e muito, o que fez com os agentes econômicos buscassem proteção nesta forte moeda. O piso antigo não voltará, e com a queda dos juros no Brasil, a tendência é a cotação, ao menos por um período ficar mesmo acima dos R$ 5,00. Humildemente reconheço que prever cotação do dólar é o calcar de Aquiles dos Economistas.

Crescimento da economia

Estamos juntando os cacos. Esta é a dura realidade. Com a paradeira geral qualquer número que apresentemos aqui será chute. Trabalhamos com cenário de recessão neste momento. O planejamento das pessoas e das organizações deverá ser revisto periodicamente. Quem sabe, o segundo semestre salve parte do ano, mas não sabemos como estarão os agentes econômicos lá na frente. Revisão permanente.

Desemprego

Neste cenário, viés de alta, infelizmente. Ações certeiras do governo em todas suas esferas reduzirão o efeito do desemprego e falta de renda das pessoas. Tempos difíceis pela frente. E o desafio pós crise do coronavírus será enorme. Corrente positiva daqui para frente.

Mude já, mude para melhor!

Somente uma frase me ocorre agora: "sozinho posso chegar mais rápido, mas juntos chegaremos mais longe". Sempre é tempo para mudar. Mude já, mude para melhor!

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do SAMPI

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