Wagner Teodoro

A questão é quando

12/04/2020 | Tempo de leitura: 3 min

Com todas as competições paralisadas por causa da pandemia de coronavírus, federações, associações e clubes debatem em busca de uma estratégia para a retomada tão logo a situação de emergência permita. O respaldo de autoridades sanitárias governamentais é tido com razão como absolutamente fundamental. Todo planejamento ou programação que se discutir agora passa pela questão primordial da situação: quando? E é uma indagação sem resposta. Ninguém, mas ninguém mesmo, sabe em que momento poderão ser reiniciadas as competições esportivas.

No futebol fala-se em mudança de fórmula de disputa do Brasileirão, adaptar os estaduais. CBF e Federação de Atletas buscam entendimento para diminuir intervalo de tempo de uma partida para outra, mudando de 66 para 48 horas. Enquanto isso, outras modalidades cancelam torneios, GPs e campeonatos. Enfim, tudo terá que ser ajustado para que o calendário caiba no período que resta para a realização de eventos em 2020. Porém, repito, todo o planejamento pode "fazer água", porque somente sabendo da duração da quarentena é possível projetar algo. E é a resposta que não se tem no momento.

Quem paga?

O certo é que dirigentes já estão cientes de que a retomada teria que ser gradual, com eventos sem público e com um mínimo de pessoas envolvidas. Profissionais de suporte, comissões técnicas e atletas. Abre-se outras questões. No exemplo do futebol, quem custearia e como seria isso feito no caso de jogos envolvendo clubes menores. Se no Paulistão a tabela for retomada normalmente com as duas rodadas finais da primeira fase e, na sequência, o mata-mata, sem público, como um time mandante do Interior, que tem orçamento enxuto, que vive com as contas "na ponta do lápis", arcaria com os gastos para sediar uma partida? Taxa de arbitragem, despesas com estádio, só para citar dois fatores? A Federação Paulista de Futebol pagaria? Ou seriam Mirassol, Botafogo, Ferroviária, Novorizontino… que, sem público, sem renda, ficariam com a "fatura"? E nas divisões de acesso? Eis uma questão que certamente será debatida nas videoconferências marcadas para esta semana entre a FPF e presidentes de clubes. Fora complicações contratuais, que refletirão tecnicamente em campo. Os clubes do Interior são obviamente os mais vulneráveis e ficam à espera de uma definição da entidade, o que pode demorar a ocorrer porque o cenário é absolutamente de incertezas.

Compasso de espera

A milionária NBA estuda um meio de concluir a temporada 2019/20, uma das melhores dos últimos tempos. Há ideias de como sediar os jogos restantes, inclusive playoffs, em Las Vegas, que tem infraestrutura para receber todas as franquias, o que evitaria deslocamentos pelo País. Os Estados Unidos são o epicentro da pandemia no mundo. No NBB, existe um compasso de espera. O campeonato está paralisado, no aguardo do retorno para os playoffs. Já existe o posicionamento de muitos presidentes de equipes defendendo o encerramento da competição. O que os times querem é uma definição, mesmo que seja pelo fim da temporada, como citou Eduardo Schaffer, gerente de basquete da Unifacisa em entrevista ao gazetaweb.com. Outros dirigentes de equipes, para não confrontar a Liga Nacional de Basquete, que bate o pé e quer finalizar em quadra o Nacional de qualquer maneira, não declaram sua posição. Mas é maioria entre eles o entendimento de que o NBB12 deveria ser encerrado, liberando clubes e associações de contratos com atletas e desonerando seus orçamentos.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do SAMPI

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