Reinaldo Cafeo

Coronavírus: os números setoriais

12/04/2020 | Tempo de leitura: 3 min

Os números do desempenho da economia pós decretação de pandemia provocada pelo novo coronavírus, começam a ser divulgados. Teremos a partir de agora uma noção clara da dimensão econômica das decisões de isolamento social implementados no País seguindo orientações da área de saúde.

Coronavírus: setor de turismo

A CNC - Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo, divulgou que o setor de turismo brasileiro deixou de faturar R$ 11,96 bilhões apenas na segunda quinzena de março. Isso representa queda de 84% em relação a receita do mesmo período do ano passado. Desde o início da crise a perda do setor totaliza R$ 14 bilhões. São previstas 295 mil demissões de trabalhadores do setor. Na retomada, pós equacionamento da proliferação do vírus, certamente este setor não, entre outros, não será o mesmo. O turismo de negócios deve cair e a saída será apostar no setor de lazer. Muita coisa ser feita até lá.

Coronavírus: venda de cimento

As vendas de cimento por dia útil em março caíram 10,4% na comparação com o mês de março de 2019. Sobre o mês de fevereiro o recuo foi de 15%. Os dados são do Sindicato que reúne os fabricantes deste insumo, o SNIC. O setor revê suas projeções de vendas para este ano posto que o segmento da construção vinha com desempenho muito positivo antes da pandemia do coronavírus. Ali na frente a construção civil pode ser a alavanca da retomada do crescimento econômico brasileiro, mas até lá, há um longo caminho a ser trilhado.

Coronavírus: varejo

Com queda em março se comparado a fevereiro deste ano de 24,7% no faturamento o setor do varejo é um dos setores mais impactados com a pandemia do novo coronavírus, ficando atrás, por enquanto, somente do setor de turismo. O maior impacto do mês passado foi na última semana com queda de 52,3% sobre o mês anterior. Os dados de abril também vieram com queda expressiva: na primeira semana queda de 43,9%. O varejo não apresentou desempenho ainda pior devido ao aumento nas vendas em farmácias, supermercados e postos de combustíveis. Sem dúvida as empresas que atuam no varejo terão que se reinventar, sendo que muitos não sobreviverão e a recuperação do setor será lenta e gradativa.

Coronavírus: juros em alta

Mesmo tendo a menor taxa básica de juros da economia brasileira, em 3.75% ao ano, e ainda injetando bilhões de Reais com a liberação de parte do depósito compulsório, os juros na ponta foram majorados. Algumas modalidades subiram mais de 40% sobre as taxas praticadas antes da pandemia no novo coronavírus. Há clara aversão a risco, levando os intermediários financeiros a serem cautelosos neste momento. Se a intenção é garantir a sobrevivência das empresas o setor público terá que agir neste mercado, através do Banco Central, criando, no mínimo um fundo de aval. A teoria da política monetária mais afrouxa não tem funcionado no lado real da economia, infelizmente.

Hora de buscar conhecimento

Para quem foi obrigado a dar uma parada nas atividades profissionais o momento é de buscar conhecimento. Neste particular muitas organizações e até mesmo profissionais de diversas áreas disponibilizam, gratuitamente, conteúdos que podem ajudar a ampliar o conhecimento da população. Para tanto é preciso estabelecer um plano de trabalho, ser disciplinado e acima de tudo determinado. Tendo um limão, você pode esfregar no olho ou fazer uma limonada. A escolha é sua.

Solidariedade

Praticar a solidariedade é outra dica neste momento. Quem tem condições deve auxiliar a população mais carente neste momento mais agudo. É praticar o senso coletivo.

Mude já, mude para melhor!

Páscoa renascimento. Que este dia e tudo que estamos passando com a pandemia do novo coronavírus nos motivem a sermos pessoas melhores. A esperança do renascimento deve nos motivar a construí um mundo melhor. Santa Páscoa a todos. Mude já, mude para melhor!

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do SAMPI

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