Wagner Teodoro

Cinco jogos marcantes do Noroeste

19/04/2020 | Tempo de leitura: 4 min

Com competições paradas, hora de relembrar. Listo aqui cinco jogos marcantes que presenciei do Noroeste. Só estão na relação partidas nas quais eu estava no estádio trabalhando. São duelos que se destacam por conquistas, circunstâncias especiais e, claro, um pouco de subjetividade.

Noroeste 1 x 1 São Paulo

Era o segundo ano do Norusca na elite estadual. E, no dia 4 de feveireiro de 2007, o jogo era contra o São Paulo, campeão brasileiro, em Bauru. Um elenco com título mundial e da Libertadores no currículo. O resultado foi o recorde de público desde o acesso dos anos 2000 à elite estadual: 18.801 pessoas no estádio. Maior renda da história do Noroeste: R$ 413.300,00. Nunca vi o Alfredão tão impressionantemente lotado. Além de Rogério Ceni, Miranda, Josué, Leandro... o jogo tinha uma atração especial para o torcedor noroestino. O meia Lenílson, estrela da equipe na temporada anterior, havia deixado o clube e, desta vez, estava no Tricolor. Era seu reencontro com a torcida de Bauru. Gols na segunda etapa. E teve "lei do ex". Lenílson abriu o placar no gol da rua Benedito Eleutério, de cabeça. O Norusca, que tinha um timaço, com Fabiano, Bonfim, Edno, Deda, Otacílio Neto, Hernani, Vandinho e Leandrinho, entre outros, foi buscar o empate contra o fortíssimo Tricolor em bomba de Vandinho no gol dos eucaliptos.

Noroeste 1 x 0 Corinthians

Jogo emblemático. 11 de janeiro de 2006. Abertura do Paulistão em Bauru, primeiro jogo do Noroeste na elite após 12 anos nas divisões de acesso. Expectativa a mil. O Corinthians tinha sido campeão brasileiro há poucos meses e tinha Tevez, Nilmar, Carlos Alberto, Rosinei, Gustavo Nery... O Noroeste havia feito preparação irrepreensível para disputar o Estadual. Com nomes como Mauro, Bonfim, Hernani, Luciano Santos, Lenílson, Luciano Bebê, Rodrigo Tiuí e Otacílio Neto, se impôs fisicamente, criou mais e dominou. Luciano Santos mandou no ângulo do gol da rua Benedito Eleutério e anotou o único tento da partida. Marcelo Mattos chegou a marcar para o Alvinegro, mas a arbitragem não viu a bola dentro do gol, após bater na trave. A vitória, com estádio cheio, atmosfera incandescente, marcou o início daquela que seria a melhor campanha do Noroeste na história do Paulistão, o quarto lugar, atrás somente de Santos, São Paulo e Palmeiras.

Audax 0 x 1 Noroeste

Estádio Nicolau Alayon, em São Paulo. Manhã cinzenta de 25 de novembro de 2012. Dia de título do Noroeste. O time bauruense foi à Capital e bateu o Audax por 1 a 0, gol de Diogo, em belo chute, na metade do segundo tempo, e foi campeão, naquela que segue sendo sua mais recente conquista oito anos depois. O placar do primeiro jogo, no Alfredão, havia sido 2 a 1 para o time bauruense e a finalíssima era tensa, o Audax estava mais do que vivo. O Noroeste sofreu pressão e o goleiro Walter, atualmente no Corinthians, foi destaque da partida com grandes defesas. Torcida bauruense em maior número no campo do Nacional e reforçada pela organizada do paulistano Noroeste da Vila Formosa. Festa alvirrubra marcante no gramado na despedida da família Garcia do clube.

XV de Piracicaba 0 x 0 Noroeste

Era 20 de junho de 2004 e o Noroeste viajou até Piracicaba para um jogo decisivo em suas pretensões de acesso. Início da era Damião Garcia e ser promovido era um sonho para quem estava na Terceirona desde 1999 e quase tinha fechado as portas por causa de uma grave crise financeira. Jogo muito acirrado, truncado e nervoso. Pressão dentro e fora de campo. O time da casa também brigando para subir de divisão. Mas o Norusca, raçudo e bem postado, conseguiu segurar o bom XV de Piracicaba e garantir o acesso em pleno Barão da Serra Negra. No final do confronto, nós da imprensa e membros da diretoria noroestina ficamos sitiados em um corredor das cabines pela enfurecida torcida do XV. Passada confusão, presenciei a festa, misto de felicidade e alívio, de jogadores e técnico Vitor Hugo, que garantiram a heroica promoção de divisão.

Juventus 2 x 1 Noroeste

No dia 26 de junho de 2005, o Noroeste definia, em jogo único, o título da Série A2 do Paulista. A partida diante do Juventus ocorreu no Estádio Conde Rodolfo Crespi, porque o Moleque Travesso tinha melhor campanha. Foi a primeira vez que pisei na "Rua Javari", lendário e acanhado campo do time da Mooca, local onde Pelé fez aquele que ele próprio considera o gol mais bonito de seus 1.282 tentos. Todos os espaços lotados e um vice-campeonato para o Norusca, que não teve uma boa jornada. Sofreu dois gols de cabeça de Johnson e Luiz Carlos. Reagiu na segunda etapa, com Jorge Henrique, recebendo passe de Osny. Mas ficou nisso. O marcante desta partida é que do outro lado estava um meia-atacante baixinho e habilidoso, que fez estrago na final: Leandrinho, que seria ídolo alvirrubro. Além disso, o Norusca já estava promovido e, de certa forma, aquele jogo foi início de uma trajetória bonita que viria nos próximos anos na elite estadual.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do SAMPI

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