Wagner Teodoro

Meu 'top 6' dos EUA no basquete brasileiro

03/05/2020 | Tempo de leitura: 3 min

Consultando os arquivos de minha memória em tempos sem esporte ao vivo, resolvi montar meu "top 6" dos atletas estadunidenses que passaram pelo basquete brasileiro. Não é uma equipe, visto que vários deles são da mesma posição em quadra. Mas é um "cinco", com sexto homem, aquela peça que vem do banco de reservas, mas tem status de titular.

Dexter Shouse

Ala/armador absurdamente atlético, com uma explosão física inacreditável. Partia em direção à cesta e protagonizava jogadas aéreas em um estilo (e aqui a comparação é meramente no estilo, que fique claro) que lembrava Michael Jordan. Fisicamente privilegiado, tinha habilidade e visão de jogo invejáveis. Era completo. Marcava incansável e efetivamente na defesa, controlava as ações e era fera nas assistências, além de pontuar muito, com infiltrações imparáveis e arremessos certeiros. Combinação de físico e técnica que impressionavam. Jogador que esbanjava talento e marcou época no Franca do começo da década de 1990.

Larry Taylor

Decisivo, habilidoso, líder. Vi Larry protagonizar lances inacreditáveis. Desde a época em que começou a desfilar sua técnica e velocidade no ginásio da Luso, em 2008, até o auge do projeto de basquete que voltou a Bauru e o qual ele ajudou a crescer e foi fundamental para tornar vencedor. Ala/armador com total controle de bola e versatilidade. Encontra espaço para infiltrações sobrenaturais e tem no arsenal arremessos decisivos certeiros, muitos deles desafiando a física. Identificação, entrega e profissionalismo. Sua jornada de atuações desequilibrantes jogo após jogo levaram sua camisa a ser aposentada quando saiu para um breve período fora do Dragão, no Mogi. Justo reconhecimento e homenagem ao principal jogador da história do basquete masculino bauruense.

Charles Byrd

Ala/armador que ficou marcado como um dos grandes nomes do Vasco da Gama do final dos anos 90 e começo da década de 2000. Termômetro de um uma "seleção" montada pela equipe carioca, o estadunidense tinha um arremesso mortal de três pontos. Aliás, seu chute era preciso na média distância também. Esguio, era craque de bola e chamava a responsabilidade para decidir. Muito sangue frio na hora de matar jogos. Além disso, era extremamente regular, raramente fazia uma partida muito abaixo de suas altas médias de pontuação e contribuía também de maneira relevante coletivamente para a equipe. Jogou ainda no Pinheiros, Ribeirão Preto e Brasília.

Shamell Stallworth

Cestinha. Ala que cheira ponto. Exímio arremessador, que em um jogo inspirado é praticamente "imarcável". Figura carimbada em qualquer ranking de pontuação do basquete brasileiro que se faça desde que ele chegou ao País, Shamell é sempre o "clutch" das equipes por onde passou. E foram muitas. Araraquara, Paulistano, Limeira, Pinheiros, Mogi e São Paulo. Volume de pontuação e alto nível de aproveitamento. Sabe aquele jogador que o técnico do seu time vai desenhar a jogada para a bola chegar nele na jogada final, no estouro do cronômetro, em uma decisão de campeonato? Este cara é o Shamell.

Rocky Smith

Rocky Smith foi referência no basquete brasileiro ao longo dos anos 80, mas eu acompanhei sua categoria nas quadras mais no final da carreira, já no início da década de 1990. Ala/armador que dominava todos os fundamentos com uma competência de mestre e era veloz, dosando na medida certa rapidez e calma para definir. Marcador implacável e brilhante arremessador, foi referência nas equipes por onde passou: Monte Líbano, Corinthians, Limeira, Flamengo e Franca. Enfileirou títulos e atuações memoráveis por terras brasileiras em meio a craques nacionais.

David Jackson

Mão calibrada e estatísticas de dar inveja. É o cara dos dois dígitos, aquele sempre cotado para MVP. Leitura de jogo apurada, que se reflete em atuações solidárias, fazendo o coletivo do time fluir. Habilidade para criar seus próprios arremessos e encontrar espaço para o tiro certeiro. Ala/armador que muitas vezes pode até estar discreto em quadra, mas sempre construindo números consistentes a cada jogo. Regularidade, foco defensivo. No Brasil, já defendeu Flamengo, Limeira, Vasco e Franca.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do SAMPI

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