Coluna Animal

Reflexão sobre o retrato da maternidade animal

16/05/2020 | Tempo de leitura: 2 min

Dia 10 de maio foi celebrado o Dia das Mães. O Conselho Municipal de Proteção e Defesa dos Animais e a Comissão de Defesa e Proteção Animal da OAB Bauru faz uma homenagem às mães, hoje, nesta coluna.

Mães de bicho, mães de gente e mães bicho. Todas com um imenso coração, que não medem o carinho e a dedicação.

As mães de cães, gatos, que superam o especismo e amam o filho bicho que não é do ventre, mas com certeza é do coração. As mães de filhos humanos, com sua magnitude de contribuir para o desenvolvimento humano, vivenciando os passos do filho com amor todos os dias.

E também as mães bicho, que com unhas e dentes procuram defender as crias até estarem seguras.

Toda mãe sofre a separação de um filho, seja ela mãe humana ou mãe animal, e aproveitando o momento, devemos refletir sobre a relação que nós, humanos, estabelecemos com os animais, em especial as mães animais.

Muitas vezes, visando um interesse humano, seja pelo lucro ou pelo desejo de consumir carne, leite e ovos, desconsideramos o interesse da mãe bicho de cuidar de seu filho.

Sobre o assunto, nos ensina o biólogo Marcelo Rubens Machado que, "durante a gestação, no parto e na amamentação, o cérebro das fêmeas produz em maior quantidade o hormônio ocitocina, responsável por fortalecer o vínculo entre mãe e filho. Durante a mamada, a liberação de ocitocina pelo cérebro materno causa profunda sensação de prazer e relaxamento, pois o hormônio age no sistema límbico, área cerebral relacionada às emoções. É por isso que as fêmeas de mamíferos se entregam aos bebês de uma maneira tão instintiva durante o período de lactação. Não à toa, a ocitocina é chamada de hormônio do amor. Não à toa, vaca e bezerro choram por dias a separação".

"Ocorre que o bezerro nasce, e mãe e filho são separados à força, nas primeiras 24 horas, ignorando o auge do cuidado maternal e gerando desespero e frustração extrema – as vacas continuam emitindo sons durante dias, em busca da cria roubada. O filhote é retirado para não consumir o leite que abastecerá nossas mesas. Na maioria das vezes, eles são retirados das mães e abatidos como novilhos ou criados para carne de vitela. De maneiras diferentes, mas provocando os mesmos traumas, porcas e galinhas são submetidas a condições indignas, e assim como seus filhos, após sofrimentos atrozes, são sacrificados."

Se houvesse uma relação harmônica dos humanos com os animais, um sentimento de empatia, considerando os interesses da mãe bicho, seus filhotes, como pintinhos, porquinhos, bezerros, não poderiam ser separados de suas mães, respeitando-se o ciclo materno até que o filho tivesse autonomia de se auto prover, da mesma forma que tem direito as mães humanas de prezar pelos seus filhos.

Por isso, aqui deixamos nossa reflexão e também nossa homenagem a todas elas, pois ser mãe é materializar o amor, é querer o melhor ao filho, independente da espécie.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do SAMPI

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