Stélio Rega mostra alguns sinônimos para o jeitinho brasileiro: "Por baixo dos panos; apressar as coisas; contornar a situação; achar um 'bode expiatório'; encontrar uma 'brecha'; uma saída mais fácil, mais barata; o acerto por fora; ajeitar, quebrar o galho, 'molhar a mão', dar um ajuste, dar um empurrão ou impulso na situação; esquecer o assunto; e etc.".

Isso é um mal incutido na raça humana, mas de forma especial, enraizado na agenda brasileira. Nossas ruas estão repletas do jeitinho brasileiro, nossos palácios governamentais então nem se fala. E em tempo, quando falamos de jeitinho brasileiro, não confundimos com a arte da criatividade; o brasileiro é muito criativo e isso é bom, porem o jeitinho brasileiro trata-se da 'malandragem' para se dar bem, o burlar as leis, driblar a ética e fraudar para ganhar. Pior ainda é quando esse jeito vira hábito que influencia todas as decisões, como se tornasse uma lei interior que quer governar as escolhas. Esse jeito tornou-se a síntese do caráter brasileiro, fixou-se na vida do povo como alternativa de vivencia frente a um sistema já exaurido de normas estabelecidas.

A luz do cristianismo, e sempre devemos lembrar que o Brasil é um país essencialmente cristão, a Bíblia condena qualquer tipo de mentira, e o jeitinho brasileiro na maioria das vezes envolve mentira e engano (Colossenses 3.9). A Bíblia condena a malícia, e o jeitinho brasileiro nada mais é do que um jogo de malícias (Atos 13.10 ; Efésios 4.22). A Bíblia condena a fraude, que é a mesma coisa do lesar, cometer dolo (Lc 19.8 ; I Coríntios 6.7,8 ; II Coríntios 7.2 ; Tito 2.10). Então para que o povo brasileiro, cristão, se livre desse jeitinho maligno que não tem nada de graça, e passe a viver com ética e verdade, sob os princípios da justiça, é preciso observar ao menos o seguinte: Guie-se pelo caminho da sinceridade. Ensine os valores da sinceridade e da justiça aos seus filhos perca o que perder, mas que a verdade prevaleça acima de tudo. O cristão que aprendeu a viver sob a ação redentora de Jesus Cristo aprendeu também a manifestar-se em sua relações e dilemas de um jeito transparente. Os familiares, amigos, colegas, vizinhos, deverão ver em sua vida prática e em sua maneira de reagir, a manifestação da pureza de Cristo em seus procedimentos, desempenhando o seu papel como cidadão responsável, e não apenas obedecendo às autoridades civis, mas, antes de tudo, obedecendo a Deus. Aliás o cristão brasileiro, seja de qual igreja for, deve interceder em suas orações por todos aqueles que estão investidos de autoridade e cooperar com eles no cumprimento da justa lei (Romanos 13.1-6 ; I Timóteo 2.1,2).

Concluímos que o jeitinho brasileiro existe porque, para muitos, os interesses pessoais são tidos como mais importantes do que os interesses do semelhante, inclusive do coletivo. O bem pessoal é considerado mais importante do que o bem da sociedade e isso acaba gerando o extermínio da ética. Outra razão da existência desse malefício é que infelizmente milhares de pessoas que se declaram contra essa forma de malandragem, incoerentemente praticam sistematicamente o mesmo mal, mantendo o discurso muito longe da prática, pura hipocrisia. O brasileiro, cristão, ético, que tem as Escrituras como a revelação de Deus para determinação de padrões da justiça em sua vida, não pratica o jeitinho brasileiro, ao contrário, luta para exterminar e dar um jeito definitivo nesse jeitinho brasileiro.

IGREJA BATISTA DO ESTORIL

58 anos atuando Soli Deo Gloria