Reinaldo Cafeo

Crédito emergencial: poucas liberações

24/05/2020 | Tempo de leitura: 3 min

Mesmo com inúmeros anúncios por parte do governo federal sinalizando com ajuda financeira aos empreendedores, notadamente aos que atuam nos pequenos negócios, o dinheiro na prática ainda não pode ser acessado. Por exemplo, 81% dos bares e restaurantes, compulsoriamente fechados por determinação legal, não conseguiram um centavo de crédito. Em sua maioria os pedidos foram negados. Burocracia, exigência que a folha de salário seja paga via banco, garantias, entre outras "justificativas" forçam estes empresários a "sangrarem na alma". Isso demonstra que na prática a teoria é outra.

Como era esperado cai arrecadação tributária

A arrecadação federal teve em abril deste ano o pior resultado em 14 anos: queda de 27,2% se comparado ao mesmo período do ano passado. No acumulado do ano, ou seja, no primeiro quadrimestre a queda é de 4,21% sobre o mesmo período do ano anterior. Os dados são da Receita Federal. Com a quarentena, portanto muitas atividades produtivas paralisadas e ainda a postergação no vencimento de tributos não seria esperado outro resultado. A questão fiscal será, novamente, um dos grandes desafios para sustentar o crescimento econômico de longo prazo.

Dias das Mães: tombo de 22%

Considerada a segunda melhor data para o comércio, perdendo somente para o Natal, o Dia das Mães deste ano, comemorado em meio a pandemia do Covid19, apresentou queda de 22% se comparado ao ano passado. Normalmente o mês de maio tem crescimento de 40% nas vendas quando comparado ao mês de abril. Efeito conjunto: queda acima de 60% (não veio a alta e ainda engatou baixa). Realidade dura e crua.

E-commerce: brinquedos e jogos em alta

Pesquisa da Associação Brasileira de Comércio Eletrônico apontou que a categoria de brinquedos e jogos teve aumento de 434,70% nas vendas neste período de pandemia da Covid19 se comparada ao período anterior. Houve ainda alta no ticket médio em 10,4% (subiu de R$ 417,82 para R$ 492,43). Depois do susto inicial quando ocorreu o afastamento social, apontando queda expressiva nas vendas destes produtos, o apetite por compras online cresceu expressivamente. Quem rapidamente se posicionou no mundo virtual vem tirando vantagem deste "novo normal".

Daqui para frente (1): protocolo

O que levaria um consumidor a sair de casa para uma compra presencial? Qual seria a principal condição para ele ir a uma loja, a um restaurante, a uma lanchonete, até mesmo no shopping center? Entendo que uma das principais questões que os consumidores levarão em conta, tirando uma real necessidade de compra, é: qual será o protocolo de segurança à saúde que esta empresa adotou? isso se dá em função da ausência, pelo menos no curto prazo, de um remédio eficaz para cura dos que contraírem o Covid19 e tampouco de uma vacina. O consumidor terá que se sentir extremamente seguro, com protocolos rígidos (álcool em gel, máscaras, distanciamento, vendedores protegidos, etc.) para que tome a decisão em sair de casa, principalmente com sua família. Escreva o protocolo que pretende seguir e estabeleça mecanismos de comunicação para que seu público alvo saiba disso.

Daqui para frente (2): adaptação

Quase tudo que era verdade para todos nós antes da pandemia do Covid19 terá outra realidade daqui para frente. O que fará a diferença para o sucesso ou insucesso de empresas e carreiras profissionais será a capacidade que um de nós terá em se adaptar mais rapidamente a esta nova realidade. No ambiente de negócios a gestão não será a mesma. Líderes terão que atuar fazendo mais com menos e ainda serão forçados a entregar melhores resultados. Quem não for capaz de se reinventar perderá espaço no mundo dos negócios. Isso vale também para as relações pessoais, ou seja, teremos que ser capazes de nos adaptar à nova convivência social. Reflita sobre estes dois temas: protocolo e adaptação.

Mude já, mude para melhor!

Não podemos perder a oportunidade de crescer como pessoas neste momento, em que nos obriga a praticar um novo modelo de convivência. Tenho observado a criação de uma rede de solidariedade e o desenvolvimento do espírito coletivo. De um lado há muitos desafios, de outro muitas oportunidades. Cresça e mude! Mude já, mude para melhor!

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do SAMPI

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