Reinaldo Cafeo

Deflação

14/06/2020 | Tempo de leitura: 3 min

O índice oficial da inflação no Brasil, o IPCA, referente ao mês de maio, veio negativo em 0,38%. No ano a inflação acumulada é de (-) 0,16% e em 12 meses aponta para 1,88% positivo. Dos nove grupos pesquisados pelo IBGE cinco deles apresentaram deflação e quatro aumento de preços. Principais quedas vieram dos grupos transporte, vestuário e habitação, enquanto as altas vieram dos grupos alimentação e bebidas, bem como de artigos de residência. Dentro do esperado, afinal, com renda curta e boa parte em quarentena, a demanda maior se concentrou em produtos básicos.

O que é deflação?

Inflação é aumento geral e contínuo de preços, isto é, quando a maior parte dos preços da economia sobe em um período. A desinflação é quando há queda de inflação, mas ainda fica no campo positivo. Já a deflação é quando, na média, os preços recuam sobre o período anterior. Se fosse um carro em movimento a inflação seria quando ele está em alta velocidade, por exemplo, a 120 km por hora. A desinflação seria a redução de velocidade para, por exemplo, 80 km por hora. Já a deflação seria, neste exemplo, andar de ré.

Mais um argumento para queda dos juros

Nesta semana teremos reunião do Comitê de Política Monetária do Banco Central brasileiro, conhecido como COPOM. A reunião será em dois dias: terça e quarta-feira. No início da noite de quarta saberemos qual o nível da taxa básica de juros, a Selic. Se a queda no Produto Interno Bruto já seria motivo suficiente para reduzir os juros que estão atualmente em 3% ao ano, com a deflação apurada pelo IPCA surgiu mais um argumento para esta queda. Resta saber se será de 0,5 ponto ou 0,75. Vamos acompanhar.

Bauru: queda no PIB e potencial de consumo

Em 02 de maio o JC publicou matéria em que eu, a pedido do próprio Jornal, apontava para uma queda na ordem de R$ 788 milhões no Produto Interno Bruto local. Estimei que perderíamos em termos nominais um mês de produção, o equivalente a algo próximo a 8%. Como nem tudo que é produzido é consumido, parte é poupada, a projeção vai em linha com a recente pesquisa da IPC Marketing, também divulgada pelo JC, apontando para queda de R$ 720 milhões no consumo das famílias da cidade. Em nível nacional o Banco Mundial publicou relatório indicando queda de 8% no PIB brasileiro. É evidente que tudo isso é dinâmico, mas os números são coerentes.

E eu com isso?

PIB menor no País e em especial em Bauru indica que na média ficaremos mais pobres. O setor público arrecada menos, e sua capacidade de investimento vai a zero. As empresas reduzem suas atividades econômicas, muitas fecham suas portas e o desemprego aumenta. Em algum momento isso tudo afetará cada um de nós: uns mais outros menos, mas afetará.

Um alento: aumento nas exportações

A receita com a agropecuária do Brasil cresceu e 18% em maio deste ano em comparação com maio do ano passado. Foram US$ 10,9 bilhões, configurando recorde para o mês. Soja, carne bovina e açúcar foram os principais produtos. Em meio a tantas notícias ruins na economia, ao menos um alento.

Mude já, mude para melhor!

Viva intensamente cada momento. Pratique isso e sinta-se vivo. Sempre é tempo para mudar, mude já, mude para melhor! Boa semana.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do SAMPI

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