Reflexão e Fé

Beirute

Hugo Evandro Silveira Pastor Titular - Igreja Batista do Estoril. E-mail: hugoevandro15@gmail.com

09/08/2020 | Tempo de leitura: 4 min

Parabéns aos pais! Que o amor e a graça de Deus sejam sobre cada família. Que os filhos curtam e amem seus pais, e que os pais sejam dignos de todo amor. Os que já perderam o pai, fica aquela lembrança amorosa. Contudo, ainda que seja esse um dia memorável, não podemos deixar de refletir sobre a tragédia em Beirute, Líbano. Que explosão foi aquela? O locutor da rádio comentou, que guardada as devidas proporções, visualmente parecia a bomba nuclear lançada sobre Hiroshima e Nagasaki no Japão. O governador de Beirute pronunciou-se dizendo: "Nunca vi uma devastação dessa escala na minha vida". Foi uma daquelas explosões catastróficas, muitos mortos, milhares de feridos, mais de 250 mil pessoas ficaram sem suas casas, uma verdadeira catástrofe, cenas de um caos apocalíptico. A todas as famílias vitimadas oferecemos nossas orações, sentimentos e solidariedade.

Quando se busca um responsável humano pelas tragédias que ocorrem, é até fácil encontrar. Mas em um flagelo como esse, sempre nos perguntamos: por quê? Por que Deus permitiu? Fato é que quando nos vimos diante de um drama, pessoal ou coletivo, somos colocados frente ao desconhecido. Catástrofes nos levam a refletir que a nossa estadia nesse mundo é passageira e que toda pessoa logo encontrar-se-á com o criador. O grande autor C.S. Lewis já dizia, "Deus sussurra através dos nossos prazeres, na nossa conversa e por meio da nossa consciência, mas grita por meio do sofrimento. O sofrimento é o megafone de Deus para despertar um mundo surdo e dormente". Vivemos numa geração despreparada no enfrentamento de adversidades, acomodados, inaptos a qualquer dificuldade. Basta conversar com os nossos discriminados idosos, para aprendermos a lição de como dura é a vida. Imagine quem nasceu no início dos anos 1900, em especial na Europa, porque logo na segunda década em 1914, teve que enfrentar a 1º Guerra Mundial com 22 milhões de mortos. Seguidamente, em 1918 surgiu uma pandemia mundial, a gripe espanhola, dizimando aproximadamente 50 milhões de pessoas. Em 1929 estourou a crise econômica mundial no colapso da bolsa de valores de Nova York que causou inflação, desemprego e fome em níveis mundiais. Não bastasse tudo isso, os nazistas chegaram ao poder na Alemanha e assim começou em a 2º Guerra Mundial, que terminaria somente em 1945 com um saldo de 60 milhões de mortos - só no chamado holocausto judaico morreram 6 milhões. Imagine! Uma pessoa que tenha nascido em 1900 a essa altura já estava com 45 anos vislumbrando uma tragédia atrás da outra. Mal terminara a 2º guerra, em 1950 começou a guerra da Coréia aonde estima-se que 1,2 milhão de pessoas foram exterminadas. Não bastasse, de 1959 até 1975 o mundo assistiu perplexo a guerra do Vietnã, que apesar das díspares informações, os números apontam para cerca de 2 milhões de mortos. Então, uma pessoa que nasceu em 1900 passou a sua vida inteira assistindo e participando de calamidades e tribulações. Talvez as gerações Y e Z não tenham ideia de como a vida é difícil. Hoje vivemos em comodidades e facilidades, mas só o fato de ter que ficar em casa, usando máscara, já causa reclamações e incômodo na maioria.

Os naturalistas vão dizer que "catástrofes sempre houve". Sim, é verdade, todas as épocas enfrentaram seus problemas: doenças, misérias, guerras, cataclismas e etc. - essas coisas sempre fizeram parte do mundo, causados pela natureza ou pela humanidade mesma. Todavia, esses fatos despertam-nos para as prioridades da existência. Sejamos cristãos ou não, as notícias catastróficas "balançam a nossa gaiola" confrontando-nos a respeito de quem somos e para onde iremos. Em incêndios, inundações, terremotos, desastres, nas fúrias da natureza, nas calamidades, nas pestes, nas ruínas, são transmitidas advertências da parte de Deus sobre a brevidade humana e que há algo mais além e importante a ser encarado. Muitas vezes ficamos espantados com o que acontece aos arredores do mundo. As catástrofes chegam de surpresa e nos dão o maior susto. Contudo, o nosso Senhor Jesus já nos preparou em seu Evangelho para não ficarmos espantados com as desgraças que nos rodeiam, pois isso era mister acontecer (Mateus 24). Portanto, diante da realidade efêmera e incerta, devemos nos preparar e procurar mais a Deus o nosso criador (Oséias 4.1-3). Claro que ficamos muito tristes pelas vidas que se perdem nesses desastres todos, como esse em Beirute. Então, sendo cristãos, oramos e clamamos a Deus que conforte os corações enlutados, mas em especial, individualmente devemos nos preparar, em Cristo, para encontrarmos com o nosso criador.

 

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do SAMPI

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