Reflexão e Fé

Dupla violência

Hugo Evandro Silveira Pastor Titular - Igreja Batista do Estoril. E-mail: hugoevandro15@gmail.com

23/08/2020 | Tempo de leitura: 4 min

Essa semana fomos tomados por um grande abatimento no caso da menina de 10 anos que engravidou pela violência sofrida por seu tio. Esse caso acendeu mais ainda a discussão e a pressão em favor da descriminalização e da legalização do aborto. Além do caso em si, o que mais assusta é que o ocorrido se tornou pauta de politização e ativismo extremista. O cenário é de desumanidade, tragédia e desgraça. Não é normal uma criança de 10 anos estar grávida, tanto quanto não é normal matar uma criança de 5 meses no ventre. Muitas pessoas parecem aceitar com naturalidade o extermínio de um bebê de cinco meses no ventre para supostamente proteger a mãe de danos psicológicos, como se já não os tivesse sofrido. Danos psicológicos todas as pessoas, inclusive crianças, sofrem e podem se recuperar. Mas um bebê morto não se recupera.

Merecem pena de morte pedófilos e estupradores, mas como a nossa "humana" legislação não permite, ao menos que seja imposta punição de 30 anos de prisão em regime fechado e sem nenhum tipo de progressão a esse tipo de crime. É curiosa a incoerência dos movimentos de direitos humanos que dizendo-se protetores da vida, defendem até a dignidade de pedófilos e estupradores, mas aceitam exterminar inocentes bebês ainda no ventre.

De nossa parte somos a favor da vida; defendemos a vida, seja a vida de uma árvore, de um animal, de pessoas e mais ainda defendemos a vida no ventre, porque uma vida é vida na concepção, na concepção já existe vida, vida inocente e, vida inocente não se mata, afinal, matar uma vida é corroborar com a vitória da maldade, é multiplicar a maldade, contudo nós somos daqueles que lutam para quebrar o ciclo da maldade dando chance a vida. Até um bicho quando está prenha, toma-se todo cuidado, porque tem uma vida ali no ventre do animalzinho; então até mesmo os bichos embrionários são protegidos, afinal arrancar à força um embrião do ventre, seja qual for o pretexto, é uma das maiores violências da humanidade. Cientificamente, os ganhadores do Prêmio Nobel Arber Werner, Joseph Murray e Jérôme Lejeune, e outros, tornaram-se ferrenhos inimigos dos movimentos pró-aborto, na tentativa de proteger os nascituros ameaçados na sociedade contemporânea.

O caso da menina ganhou repercussão mundial, entretanto crianças erotizadas e vítimas de estupros acontecem aos milhares no Brasil e pouco se interessam. A BBC News noticiou que o Brasil registra 6 abortos por dia, em meninas entre 10 e 14 anos estupradas - é muita coisa! Por exemplo, uma situação idêntica aconteceu no Acre em abril desse ano, onde uma garota de 10 anos deu a luz a um filho. Pois é, isso mesmo, "Uma garota de 10 anos pariu um bebê"; os médicos conseguiram salvar as duas crianças. Então, será que nesse caso atual, também não seria de tentar salvar as duas crianças, sem optar por uma? Há casos de bebês que nascem com 6 meses de gestação. E em tempo, defender a vida não tem nada a ver com religião, mas de lucidez.

Por fim, diante de tudo isso devemos agir com misericórdia, graça e amor. Essa garotinha foi muito maltratada, até publicaram seus dados pessoais; realmente a volúpia e a maldade humana são inesgotáveis. O que fica para nós é que devemos proteger nossas crianças. Não deixe suas crianças com quem você não conhece, nem mesmo com o vizinho, só por ficar de graça. Criança não deve sair sozinha, não deve ficar no carro sozinha, não deve se acostumar a andar com qualquer um, e nem o irmão mais velho deve cuidar dos mais novos, não é sua responsabilidade. Criança não deve estar em ambiente que se consome álcool ou drogas. Criança não deve conviver com pessoas instáveis. Criança jamais deve dormir fora de casa. Criança não deve nem mesmo conviver com os amigos do pai e da mãe, isso não é necessário, nem todos são boas pessoas, você não conhece o que se passa por dentro de alguém. Crianças são inocentes, são ingênuas, não sabem decidir, não conhecem o perigo, a maldade, o ódio e as más intenções. É nossa responsabilidade protegê-las, mesmo que não sejam nossos próprios filhos. Diante da desumanidade contra as crianças o nosso Senhor advertiu: "qualquer que fizer tropeçar um dos meus pequeninos, melhor que se pendure ao pescoço uma pedra de moinhos e se jogue nas profundezas do mar" (cf. Mateus 18.6) - coisa grave é! Vamos orar por essa menina que foi duplamente violentada. Ela é a grande vítima, junto com o seu filho morto nesta história macabra.

IGREJA BATISTA DO ESTORIL

58 anos atuando Soli Deo Gloria

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** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do SAMPI

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