Reinaldo Cafeo

Auxílio emergencial

30/08/2020 | Tempo de leitura: 3 min

Cerca de 4,4 milhões de domicílios no Brasil, o equivalente a 6,5% do total, sobreviveram, em julho, apenas com a renda do auxílio emergencial pago pelo governo federal. Este programa ajuda as pessoas carentes a enfrentarem os efeitos econômicos da pandemia de Covid. Além destes números esta ajuda emergencial ajudou 16% das pessoas que permanecem ocupadas a superar a perda salarial neste período.

Temporário

Não obstante a dimensão social desta ajuda financeira, todos nós sabemos que ela não pode ser permanente. A solução vem da retomada da economia. Para tanto é preciso voltar à pauta de reformas e o governo federal começar a fazer sua parte. Não podemos deixar que parte da população continue a margem da sociedade e tampouco que haja estragos maiores nas contas públicas. É hora de canalizar energia na direção certa, sem populismo e sem jogo político.

Estímulos à economia americana

A semana passada foi marcada pela mudança de postura do Banco Central americano (FED). Em seu discurso no Simpósio Econômico de Jackson Hole, o presidente do FED, Jerome Powell, sinalizou para onde vai a política monetária da maior economia do mundo nos próximos meses. A mudança observada é no tocante ao controle a inflação. O FED admite que mesmo que a inflação suba além dos 2% em média, nível normal para os EUA, não haverá elevação na taxa de juros básica. Neste caso a prioridade é estimular o crescimento econômico.

Como assim?

Um dos instrumentos utilizados para controlar a economia é a política monetária. Definir a taxa básica de juros faz parte da política monetária. Quando a inflação sobe, é normal que os juros subam também, inibindo o consumo, derrubando os preços. O sentido contrário também é verdadeiro. Por outro lado, quando o objetivo é estimular o crescimento econômico, tendo controle sobre a inflação, derruba-se a taxa de juros. O Banco Central americano está sinalizando que mesmo com aumento da inflação, ele não utilizará do aumento de juros para controlar os preços, priorizando o crescimento econômico. Sendo a economia americana a maior do mundo, esta decisão mexe com os mercados em todo o mundo. Sinalização positiva.

Pandemia: fechamento de 135 mil lojas

A crise econômica provocada pela pandemia de Covid19 levou 135 mil empresas comerciais a fecharem as portas no segundo trimestre deste ano em todo o Brasil. Os dados são da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo.

As maiores perdas

O ramo de utilidade domésticas, com 35,3 mil estabelecimentos fechados, representando 12,9% do total das lojas em relação ao período pré-pandemia foi o mais afetado. Depois veio o setor de vestuário, tecidos, calçados e acessórios com o fechamento de 34,5 mil lojas, recuo de 17%. Em seguida vem o comércio automotivo, com 20,5 mil empresas fechadas, 9,9% do total, tendo o varejo de produtos de informática e comunicação apresentado 1,2 mil empresas fechadas, relativas a 3,6% do número de empresas do setor.

É um processo

Infelizmente, os números ainda não são definitivos. Mesmo com melhoria em alguns indicadores da economia, notadamente a retomada das vendas no varejo, o empresário está ferido financeiramente, o que divulga sua sobrevivência no mercado. Este número pode aumentar.

Por outro lado, cresce o número de empresas digitais

Levantamento elaborado pela BigData Corp, empresa de consultoria, apontou que o mercado do comércio online brasileiro cresceu 40,7% de 2019 a 2020. São mais de 1,3 milhão de lojas virtuais. Sem dúvida este período de pandemia, com quarentena, forçou esta expansão. É a dinâmica da economia: o mais rápido ultrapassa o mais lento.

Mude já, mude para melhor!

Focar no que é essencial é fundamental em tempos de crise. Com isso nos blindamos de eventuais problemas que podem nos levar a gastar energia na direção errada. Esteja aberto ao novo. Mude já, mude para melhor!

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do SAMPI

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