Coluna Animal

Animais Silvestres no perímetro urbano

12/09/2020 | Tempo de leitura: 3 min
Mariana Fraga Zwicker Presidente do Conselho Municipal de Proteção e Defesa Animal (COMUPDA)

A Coluna Animal desta semana vai abordar uma questão muito comum nos dias de hoje que é a migração dos animais silvestres para o perímetro urbano e a “invasão” do habitat dos silvestres pelos seres humanos.

Antes de tudo, é importante ressaltar as diferenças entre os animais silvestres, exóticos e domésticos de acordo com a Médica Veterinária Aline Marques Lourencini, da clínica Animed.

Silvestres são aquelas espécies que naturalmente nascem e vivem em ambientes naturais, como florestas, savanas, oceanos e rios. Pertencem às espécies nativas, migratórias, aquáticas ou terrestres, que tenham a sua vida ou parte dela ocorrendo naturalmente dentro dos limites do território brasileiro. Exóticos são aqueles cujo ciclo de vida natural ocorre em território distinto daquele utilizado como referência, ou então, do local onde o animal se encontra no momento. Normalmente tendo interferência do homem. Domésticos são os animais que sofreram alterações devido ao manejo e melhoramento zootécnico, tornaram-se domésticos e possuem características biológicas e comportamentais em estreita dependência do homem, podendo inclusive apresentar aparência diferente da espécie silvestre que os originou.

Alguns fatores tais como desmatamento, fogo, calor, oferta de alimentos e a procura por abrigos atraem os animais silvestres para o perímetro urbano. Além disso, a expansão da cidade, os condomínios e loteamentos urbanos, cada vez mais longe do centro, contribuem para que os animais silvestres tenham cada vez mais convivência com os seres humanos.

A oferta de alimentos na cidade provoca a reprodução descontrolada, como por exemplo os saguis, que não eram da região de Bauru e aqui encontraram fartura de alimentos e não possuem predadores naturais. Outros animais que também encontramos muito na cidade são as maritacas que nessa época, em especial, estão se reproduzindo. Elas procuram abrigo nos forros das casas e muitas vezes acabam roendo fiações e acarretando curto circuito. Outro animal silvestre também que comumente vemos na cidade são os gambás, que podem ser confundidos com ratos, porém o rabo deles é o que facilmente os diferencia, porque o rabo funciona como um quinto membro, além das patas. Ouriços, capivaras, tucanos, tamanduás, veado catingueiro, jabuti, lobo-guará, jaguatirica e onça também são espécies de silvestres já vistos na cidade.

Para evitar que maritacas entrem no forro da casa, a veterinária Aline Marques Lourencini recomenda que os forros das casas sejam fechados para evitar que as aves se abriguem lá e causem problemas como os que foram citados, mas, antes disso, orienta que seja feita uma revisão do forro antes do fechamento das frestas do mesmo.

Vale a pena ressaltar que o uso de venenos para matar esses animais é crime previsto pela Lei Federal 9605/98, artigo 32, cuja redação é “Praticar ato de abuso, maus-tratos, ferir ou mutilar animais silvestres, domésticos ou domesticados, nativos ou exóticos. Pena: detenção, de três meses a um ano, e multa”.

Os animais silvestres, em sua maioria, não oferecem perigo à população. Caso o munícipe encontre um animal silvestre em áreas verdes, é prudente esperar que o mesmo vá embora sozinho, sem espantá-lo para evitar que ele se assuste. Caso o silvestre se encontre em um lugar fechado, é importante contactar as autoridades para que possam fazer o correto manejo desse animal para evitar possíveis acidentes e que ele não sofra o estresse da captura.

Anote os contatos para ligar em situações de remoção de silvestres, caso haja necessidade: 193 (Corpo de Bombeiros) ou 31 03 01 50 (Polícia Ambiental).

 

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do SAMPI

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