Reinaldo Cafeo

Os efeitos da importação de arroz

13/09/2020 | Tempo de leitura: 3 min

A queda da safra mundial do arroz na ordem de 7%, o aumento das exportações brasileiras em 81% e os efeitos da alta do dólar, tanto nos custos dos insumos agrícolas como no preço final, fizeram com que o arroz tivesse seu preço majorado, atingindo, em alguns casos, 30% de alta.

Alíquota zero na importação

A decisão do governo federal, através do Comitê Executivo de Gestão de Comércio Exterior, em zerar a alíquota de importação de arroz, sinalizando com a compra de 400 mil toneladas até o fim do ano, terá dois efeitos possíveis: o primeiro é o de ampliar a oferta do produto, reduzindo o preço. O outro efeito será o psicológico, demonstrando ao mercado que é preciso reduzir preços, até mesmo sacrificando margens, e que o governo não medirá esforços para isso. Não obstante a decisão em importar o volume de 400 mil toneladas, pode ser que somente 250 mil sejam efetivadas até dezembro. De qualquer maneira é uma resposta "técnica" e "política" aos agentes econômicos que operam este segmento. Com o tempo veremos os efeitos práticos da medida.

Alimentação em domicílio em alta

O IPCA, índice oficial de inflação no Brasil, avançou 2,44% em 12 meses, tendo em agosto, atingido 0,24%. Quando analisamos a inflação brasileira por grupos levantando subitens, a realidade é que a alimentação tem peso muito maior no bolso do consumidor. Para ilustrar tomemos como exemplo o item alimentação no domicílio: subiu 11,4% em agosto. Observem a diferença: 0,24% para 11,4%. O arroz ficou em média 20% mais caro desde o início do ano. O feijão teve alta de 32,6%, a abobrinha 46,8% e a cebola 50,4%. Os preços não subirão infinitamente, em algum momento tendem a se estabilizar e cair. Mas de qualquer maneira fica a leitura de que cada um de nós pode ter a sua própria inflação dependendo do perfil de consumo.

Revisite o orçamento do lar

Com queda na renda e aumento no custo de alimentação é imprescindível que as famílias revisitem o orçamento da casa. O esforço é para manter o equilíbrio, gerando, se possível, algum excedente. Reúna a família, reveja hábitos de consumo, diminua a quantidade e substitua os produtos mais caros por mais baratos. Não espere fechar o mês para controlar suas contas, se antecipe.

Vendas no varejo em julho

O setor varejista brasileiro permaneceu em expansão em julho (dados divulgados na última quinta-feira), sendo o terceiro mês seguido com alta. A elevação verificada foi de 5,2%, na comparação com o mês anterior. Em maio a alta foi de 13,3%, em junho 8,5%. O acumulado destes três meses recupera as perdas provocadas pela pandemia adicionando 5,3% acima do nível de fevereiro. O consumo das famílias que receberam o auxílio emergencial explica em parte a alta verificada.

Desempenho por setor

No mês de julho sete das oito atividades apresentaram alta nas vendas: livros, jornais, revistas e papelaria tiveram crescimento nas vendas de 26,1%. Tecidos, vestuário e calçados apresentaram alta de 25,2%. Equipamentos e material de escritório, informática e comunicação tiveram alta de 11,4%. Também observaram alta nas vendas veículos, motos, partes e peças (13,2%) e material de construção ( 6,7%). Estes foram os setores em destaque.

Não é para todos

Este desempenho do varejo deve ser comemorado, contudo, é preciso ter um olhar seletivo. O Brasil é um País continental com regiões distintas entre si. Aquelas cidades que estão em estados com matriz econômica alicerçada no agronegócio, sem dúvida têm outra realidade, afinal, este setor não perdeu musculatura no período. Também a saída da quarentena não foi uniforme. Assim é preciso entender a realidade de cada localidade. De qualquer maneira, como colocado, é possível comemorar a retomada das vendas no varejo.

Mude já, mude para melhor!

Mesmo em tempo de pandemia muitas pessoas não aproveitaram este período de isolamento para crescerem como pessoas. O egoísmo, o individualismo e até mesmo ingratidão são algumas características destas pessoas, mesmo tendo ao seu lado pessoas que lhes querem bem. Quem ainda se comporta assim fica o alerta: vida em sociedade exige capacidade de ceder, agradecer e valorizar o que é oferecido e propiciado. Seja grato pelo dom da vida e pelas oportunidades criadas. Mude já, mude para melhor!

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do SAMPI

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