Wagner Teodoro

Muita calma

20/09/2020 | Tempo de leitura: 3 min

O Noroeste recomeçou a Série A3 do Campeonato Paulista com derrota para o Comercial. Em jogo que ambos os times, naturalmente, sentiram falta de ritmo, sofreram com desgaste físico ao longo do duelo após seis meses sem atuar, apesar da derrota, eu gostei do time bauruense. O Norusca fez um bom primeiro tempo, mostrou qualidade, criou chances. Na segunda etapa sofreu dois gols em falhas pontuais. O primeiro em trapalhada entre o goleiro Pablo e Blade, que jogou na lateral direita, e o segundo em falha de marcação. Foi buscar o empate e acabou tomando o terceiro em jogada com mérito de Warley, que entrou no período final e acabou sendo decisivo na partida.

Na incógnita pós-pandemia, apesar do revés, o ideal é calma nesta hora. O Norusca está queimando a gordura que construiu, segue líder e tem ainda mais quatro jogos para ajustes, ganhar ritmo e conjunto, antes da fase decisiva da Terceirona, que é o momento que importa. Contra o Comercial, em alguns momentos, mostrou problema na transição para o ataque, alguma lentidão. Problemas normais para uma equipe que não jogava há seis meses e não realizou nenhum amistoso antes da reestreia. O próximo jogo é contra o Barretos e o técnico Luiz Carlos Martins tem uma semana para trabalhar com o elenco e deve contar com mais opções para usar, como o meia Yamada, John Egito e França, que ficaram fora do duelo deste sábado, por causa de problemas físicos. 

Destaques

No geral, eu gostei do Noroeste. Dois jogadores se destacaram. O estreante atacante Fidel mostrou ser habilidoso, ter vigor físico, velocidade. Incomodou a defensiva do Comercial e ainda teve fôlego para voltar e ajudar na marcação. Formou boa dupla com Richarlyson, que foi escalado adiantado, vinha bem e foi substituído pelo desgaste. Decisivo também foi o zagueiro-artilheiro Guilherme Teixeira. Apareceu bem nas jogadas aéreas. Ganhou pelo alto para abrir o placar e foi oportunista para anotar o segundo gol do Norusca no jogo. 

"Bolhas" do NBB

O NBB, que tem início previsto para novembro, definiu durante a semana que vai adotar o sistema de sedes fixas durante o primeiro turno. Uma ideia parecida com o que a NBA coloca em prática na reta final da atual temporada, com sua "bolha" na Flórida. No Nacional o esquema foi denominado "etapas sediadas" e vai reunir um grupo de equipes se enfrentando em uma mesma sede.

Gostei da solução encontrada pela Liga Nacional de Basquete, que vê uma maneira mais eficaz de controlar os protocolos em função da pandemia de coronavírus e também de enconomizar em viagens, uma vez que com apenas um deslocamento as equipes farão vários jogos em sequência. Ponto positivo. Serão várias "bolhas" com locais ainda indefinidos. A temporada é dura financeiramente para a maioria das equipes e a criatividade na busca de soluções para diminuir o impacto de gastos com logística foi um belo "chuá" da entidade.

Pena que nem tudo é elogiável. Porque justamente a logística das equipes vai receber aporte do Comitê Brasileiro de Clubes, entidade que originalmente destinava seu dinheiro para categorias de base das modalidades. É certo, como já falei, que é uma temporada difícil financeiramente, mas tirar dinheiro da base é meio que "matar a galinha dos ovos de ouro".

A legislação, modificada, abriu a brecha para o investimento em campeonatos adultos, não é ilegal, mas é condenável minar justamente a possível fonte de novos talentos. Porque fatalmente as competições de base vão diminuir. Menos oportunidade, menos vitrine, menos revelações. No médio prazo, a "conta" pode ser bem salgada. Aí, a Liga Nacional amassou o aro.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do SAMPI

Receba as notícias mais relevantes de Bauru e região direto no seu WhatsApp
Participe da Comunidade

COMENTÁRIOS

A responsabilidade pelos comentários é exclusiva dos respectivos autores. Por isso, os leitores e usuários desse canal encontram-se sujeitos às condições de uso do portal de internet do Portal SAMPI e se comprometem a respeitar o código de Conduta On-line do SAMPI.