Wagner Teodoro

Escolha que deve exigir paciência

01/11/2020 | Tempo de leitura: 3 min

A escolha do Palmeiras pelo português Abel Ferreira para comandar o time é muito válida, apesar de não ter sido a primeira opção do clube. Eu penso que a diretoria acerta ao tentar buscar uma lufada de renovação, de ideias. É exatamente uma tentativa. Porém, deve exigir paciência e persistência em um projeto de futebol no clube. O treinador chega com a incumbência de implantar um estilo de jogo mais agressivo, moderno, que consiga extrair mais do elenco do que o que se viu até agora na temporada. Além disso, trabalhar com as categorias de base, fazendo a transição de bons valores para o time principal. Perfeito, as metas são absolutamente pertinentes. Mas para colocá-las em prática o novo técnico talvez precise de tempo, de autonomia para desenvolver suas ideias. O elenco vai necessitar também de um período para assimilar os novos conceitos que certamente serão propostos.

O treinador português só comandou até o momento o Braga e o PAOK. Ele está vindo para um clube que tem de torcedores mais do que a população do país onde ele nasceu ou do país do clube onde estava trabalhando, a Grécia. Então é um gigantismo que talvez ele não esteja acostumado. O Palmeiras tem tudo o que Abel Ferreira não experimentou até aqui em sua carreira de técnico: tradição, história de títulos, pressão, torcida grande… Sim, Jorge Jesus também é português e comandou o clube mais popular do Brasil, com quase três vezes a população de Portugal. E se deu bem. Aliás, foi sucesso total. Mas Jesus é um técnico muito experiente, com rodagem em grandes clubes, títulos.Ferreira é bastante jovem, tem 41 anos, e praticamente iniciante em sua trajetória como treinador. Por isso reitero: será preciso paciência e apoio do clube e da torcida.

'Para ontem'

Abel Ferreira fez bom trabalho no Braga com orçamento modesto para os padrões europeus. No entanto, no PAOK havia um desgaste e o descontentamento da diretoria com o desempenho do time. Aliás, o acerto do treinador com o Palmeiras foi facilitada justamente por este cenário. O técnico entrou em choque com o elenco, principalmente com medalhões barrados. Os resultados também não eram os esperados. Assim, o time grego não fez questão de receber a multa total pela saída do português. O novo técnico do Palmeiras se diz discípulo de Jesualdo Ferreira, ex-Santos, e já recebeu um alerta do mentor que teve passagem complicada pelo futebol do País de que, no Brasil, querem ganhar "se possível para ontem". Jesualdo já avisou seu pupilo do pouco tempo para treino, jogos em sequência e cobrança implacável por resultados. Aí que entra a escolha de ser paciente ou não.

Decisão no Alfredão

Jogo equilibrado e times arriscando pouco. Assim foi a primeira partida decisiva para o acesso entre Noroeste e Velo Clube, em Rio Claro. O empate em 0 a 0 - mesma situação que ocorreu com o Norusca nas quartas de final diante do Nacional - deixa tudo aberto para o confronto mais importante da temporada, aliás, de temporadas recentes para o time bauruense. Nos primeiros 90 minutos, o Alvirrubro, em vários momentos, teve mais posse de bola, controlou, mas acabou tendo dificuldade de criação. Para evitar um drama nas penalidades no Alfredão, vai precisar produzir mais e, principalmente, aproveitar a chances de maneira efetiva. Em um "jogo de xadrez", o time também não pode se lançar cegamente ao ataque e se descuidar. O Velo mostrou que aposta muito no jogo de transição e pode ser perigoso.

O técnico Luiz Carlos Martins deve ter o reforço de Yamada, um sopro de criatividade no meio-campo, que pode deixar o Noroeste mais perigoso. Porém, perdeu Igor Pimenta, jogador de sua confiança que executa importante função tática no time. Terá uma semana para armar a melhor estratégia para o Noroeste realizar o sonho da torcida e concretizar um projeto bem executado de diretoria, comissão técnica e elenco. Sorte ao Norusca!

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do SAMPI

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