Coluna Animal

Pets na pandemia

07/11/2020 | Tempo de leitura: 3 min

Essa semana, a Coluna Animal vai abordar a questão dos pets durante a pandemia que estamos vivendo, pois eles também requerem cuidados específicos nessa época.

A médica veterinária Natália Borges Guimarães Silva Macedo observa que a Covid veio para ficar, mesmo sabendo que animais de estimação não ficam doentes e tão pouco transmitem a Covid-19. Eles podem servir de carreador do vírus, portanto é necessário ter cuidados básicos de higiene para a manutenção da saúde dos Pets, entre eles estão a higienização das patas, assim como de todos os utensílios usados no momento do passeio sempre que retornar da rua. Utilizar água e shampoo específico para os pets, ou usar sapatos ou meias específicas para pets, depois do passeio retirar e lavar, evitar que pessoas estranhas acariciem seus pêlos durante o passeio. Sempre bom lembrar: lavar bem as mãos antes e depois de brincar com os pets, com água e sabão ou passar álcool em gel (apenas em humanos). Em casa, para passar tempo, a veterinária sugere utilizar brinquedos, brincadeiras e curtir o tempo com seu pet em segurança.

Em relação aos passeios, eles devem continuar porque ajudam a diminuir o estresse e a ansiedade. O mais indicado é passear com os animais em locais ao ar livre, em horários com menos movimentação e com pouca aglomeração de pessoas, e ficar o tempo estritamente necessário para que ele faça o seu exercício. Nao se esqueça de sempre levar sacolinhas para recolher as fezes do animal caso ele faça suas necessidades. Praças e parques lotados devem ser evitados.

A pandemia trouxe aspectos positivos, como por exemplo, no inicio aumentou a procura por adoções de caninos e felinos, já que as pessoas estavam em isolamento social. Por passarem este tempo sozinhas, muitos pets puderam ganhar uma família para chamar de sua. Outros tutores começaram a colocar a carteira de vacinação em dia, pois se atentaram mais à saúde dos seus companheiros.

Também tivemos aspectos negativos. Infelizmente, com o decorrer da pandemia, notou-se um número absurdo de abandono de animais nas ruas da nossa cidade. Muitos desses eram novos e bem cuidados, mas não sabemos se foram alguns destes adotados no inicia da pandemia. É impressionante se olharmos os grupos de pets nas redes sociais, como tem animal abandonado ou ''perdido''.Natalia informa também que na clínica observou uma procura absurda por eutanásia, sem ao menos os tutores quererem saber se é possivel tratamento. As pessoas alegam que perderam seus empregos ou estão sem dinheiro para tratar e preferem eutanasiar o animal. A veterinária relata que em sua clinica foi realizada uma reunião com demais médicos para discutir esse assunto, pois por Lei e por princípios éticos se não houver indicação a eutanásia não pode ser realizada. Isso foi uma consequência muito negativa, e sempre vale ressaltar sobre as obrigações em ser tutor de um animal,de uma vida, pois a partir do momento em que assumimos esta responsabilidade devemos encarar que os nossos filhos de pelos e patas necessitam de cuidados como consultas com o médico veterinário, exames, imunização, uma boa alimentação, vermifugação, passeios, brinquedos, enfim tudo o que um animal precisa para viver bem. Para isso devemos estar preparados psicologicamente e financeiramente, e não terceirizar nossa responsabilidade a outros como protetores, ONGs, veterinários e poder público.

Os animais, além de tornarem a nossa vida mais feliz, também são sujeitos de direitos, têm direito à vida e dignidade.Praticar a eutanásia sem justificativa e promover o abandono são crimes previstos na Lei 9605/1998, cuja pena foi aumentada e passível de prisão pela Lei 14.064/2020 (Lei Sanção, já abordada nesta coluna). Se você tomar conhecimento de animais em situação de maus tratos, abandono, denuncie na Delegacia mais próxima .

Mariana Fraga Zwicker

Presidente do COMUPDA (Conselho Municipal de Proteção e Defesa Animal de Bauru)

Natália Borges Guimarães Silva Macedo, médica veterinária,pós graduanda em Nefrologia e Urologia de pequenos animais pela anclivepa/SP, aprimoranda em intensivismo pela Ufape. Atua na clinica veterinária Bom para Cachorro, em Bauru.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do SAMPI

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