Reflexão e Fé

sobre os Ataques racistas à prefeita eleita de Bauru

Hugo Evandro Silveira Pastor Titular - Igreja Batista do Estoril. E-mail: hugoevandro15@gmail.com

06/12/2020 | Tempo de leitura: 4 min

A Bíblia ordena Aos cristãos abençoar as autoridades. Não há dúvidas de que o cristão deve ser exemplar na conduta (Romanos 13:1,2), afinal é Deus quem estabelece toda a autoridade (1 Pedro 2:13-15). Onde temos voz por meio do voto, exercemos nosso direito em favor daqueles cujo ponto de vista mais se aproxima do nosso. Entretanto, é importante reiterar que o propósito original da igreja não se encontra no ativismo político. A missão da igreja não reside em mudar um sistema governamental, mas em proclamar o amor e a regeneração que só Cristo pode realizar individualmente. Na história milhares de cristãos sofreram sob governos antagônicos, tiranos ditadores e pagãos, ainda assim cristãos aderiram ao mandamento bíblico de - Romanos 13.1-8 - obedecer aos governantes, honrá-los, respeitá-los e até abençoá-los mesmo sendo déspotas. Porque a esperança do verdadeiro cristão reside na proteção e no cuidado que apenas Deus oferece. Por isso que a Bíblia revela que o problema da humanidade não está em um sistema, mas no indivíduo que possui um coração pecaminoso e faz provocar toda maldade generalizada. Jesus mostrou que a redenção da raça humana não está em articulações políticas, mas na graça de Cristo, contudo, o cristão e todo cidadão de bem deve fazer o melhor, e ainda respeitar, honrar e abençoar seus governantes. Então, Bauru, elegeu a sua primeira prefeita, mulher, negra, conservadora e evangélica. Se pararmos para analisar, esse tem sido um 'combo explosivo' que faz disparar o sectarismo presente nos grupos de intolerância. Tanto que a nova prefeita eleita, Suéllen Rosim, tem sofrido ameaças e ataques criminosos nas mídias sociais. Crimes na qual os infratores devem ser punidos! Mas há um outro problema, ao nosso ver, que através dessas manifestações repulsivas de preconceito, tem feito eclodir uma enxurrada de vieses ideológicos antagônicos que institucionalizam conceitos que tem originado estruturas que fragmentam a sociedade. Obviamente que o racismo estrutural ou sistêmico existe, como também o individual solitário, aliás, um alimenta o outro, assim como diversos males preconceituais praticados por aí; e negar isso é contradizer a própria realidade. Nesse novo mundo, carente de educação, respeito, lealdade e cordialidade não faltam ofensas e violências contra os negros, mas não só contra eles, mas contra as mulheres, índios, pardos, gordos, magros, gays, anões, altões, feios, analfabetos e acima de tudo contra pobres e miseráveis, mas não nos esqueçamos dos evangélicos que também são vítimas do mesmo preconceito arrogante e, nisso, a segregação exacerbada dos movimentos organizados, que operam terrorismo intelectual, tem deturpado toda possibilidade de entendimento da vida, com uma retórica enviesada, acirrada, separando os brasileiros, limitando-os em grupos, em nichos opostos, adversos, apartando as pessoas como se fossem integrantes de facções inimigas, reduzindo assim a unidade humana. Quando as pessoas institucionalizam uma ideologia, seja qual for, naturalmente é criada estrutura que mantêm a prática em curso muito depois de seus fundadores deixarem a cena. Ora, no cenário proposto por Cristo, onde há pecado e crime de violência contra o semelhante, as pessoas são deliberadas ao arrependimento por violar o "Imago Dei" e por não obedecer o segundo maior mandamento, o de amar o próximo. Todos devemos, portanto, em Cristo, estarmos dispostos ao arrependimento e mudanças, quando se machuca um semelhante. No amor de Deus, as barreiras raciais são derrubadas, afinal só há uma raça: A humana! Por fim, no caso da prefeita eleita, independente de qual tenha sido o lado partidário que o bauruense compreendeu ser de sua preferência, o momento agora é de orar e abençoar a vencedora. Portanto, parabéns a nova prefeita de Bauru, Suéllen Rosim, torcemos para que haja gestão, criatividade e dignidade. Quantos aos ataques racistas e preconceituosos, basta! E para os que insistem politizar o crime do racismo, fato é que o preconceito contra a prefeita mostra a sua cara não apenas em sua pele negra, mas por ser mulher e principiante em gestão pública. Mas o pacote é bem maior, há também repulsa por ser conservadora e possuir fé evangélica. Todos esses elementos unidos, geram preconceito e ódio, afinal para uma grande maioria intelectualizada, aceitável, é ser pós-moderno, liberal e politeísta, e nunca, jamais, ser um evangélico, pois os "civilizados" do terceiro milênio abraçam qualquer tipo de fé, até quem sabe nos "ratos divinizados" indianos, mas jamais no "absurdo ignorante" do Deus da Bíblia.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do SAMPI

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