Reflexão e Fé

Tiraram Jesus do Natal

Hugo Evandro Silveira Pastor Titular - Igreja Batista do Estoril. E-mail: hugoevandro15@gmail.com

20/12/2020 | Tempo de leitura: 4 min

Aqui estamos nós, próximos ao Natal novamente. Este ano o Natal não será como os anteriores. Será um Natal em clima de isolamento, sem aquela viagem á casa dos parentes ou da reunião na chácara alugada. Será um Natal sem cara de Natal, ao menos para a grande maioria que insiste que Natal tem que ter presentes, reunião familiar com mesa farta. Entretanto, o Natal é a memoração do nascimento de Jesus Cristo. Embora a data do nascimento de Jesus não seja o 25 de dezembro, contudo os cristãos consagraram este dia como sendo seu nascimento.

A grande pergunta que muitos não fazem, é por que o Natal aconteceu - por que foi necessário? A Bíblia mostra que o Natal foi planejado pelo Deus Pai na iniciativa de reconciliar o ser humano separado do criador. O nascimento do Deus Filho, que celebramos como Natal, é um oferecimento ao ser humano ser reconciliado com Deus. Portanto, o Natal surge carregado da compreensão escatológica de que Jesus nasceu a fim de revelar o Reino de Deus restaurado ao mundo dos homens (Mt 3.2, Lc 17.20,21). Logo, o Natal é a inauguração da era messiânica, que será consolidada com reinado eterno e visível de Cristo juntamente com aqueles que o receberam como salvador e senhor.

No relato bíblico houve uma ênfase dos anjos celestiais no nascimento de Jesus; começando com Gabriel, mensageiro, que veio a? terra anunciar que o Rei nasceria e, para Maria, especificamente, ele revelou que o Filho seria gerado de forma sobrenatural: "Este será grande e será chamado Filho do Altíssimo; Deus, o Senhor; Ele reinara? para sempre... e o seu reinado não terá fim" (Lc 1.32-33). Os dados históricos mencionados por Lucas no capítulo 2 mostram que o cenário do nascimento de Jesus não foi algo aleatório ou coincidente, mas resultado do roteiro divino. O historiador Lucas continuou: "Estando eles ali, aconteceu completarem-se-lhe os dias, e ela deu a? luz o seu filho primoge?nito, enfaixou-o e o deitou numa manjedoura, porque não havia lugar para eles na hospedaria" (Lc 2.7-8). Incrivelmente essa descrição não parece se encaixar com o nascimento de um grande rei que havia sido anunciado pelo anjo Gabriel. Por se referir ao nascimento de um rei, no aspecto terreno, não haviam anúncios a outros reis, nem festejos, nem música, nem glamour, contudo Deus estava conduzindo a cena do nascimento do Salvador ao mundo: "O anjo lhes disse: Não temais; eis aqui vos trago boa-nova de grande alegria, que o será para todo o povo: hoje vos nasceu, na cidade de Davi, o Salvador, que e? Cristo, o Senhor. E isto vos servira? de sinal: encontrareis a criança envolta em faixas e deitada em manjedoura. E, subitamente, apareceu com o anjo uma multidão da milícia celestial, louvando a Deus e dizendo: Glória a Deus nas maiores alturas, e paz na terra entre os homens, a quem Ele quer bem" (cf. Lc 2.10-14). O anjo anunciou o nascimento daquele que seria o "Salvador, Cristo e Senhor". Cada um desses títulos apontam para um tratado teológico: Salvador como sua missão, Cristo a sua identidade e Senhor sua posição sobre toda criação. O anjo ainda advertiu sobre a precária situação do seu nascimento: "encontrareis a criança envolta em faixas e deitada na manjedoura". Esse foi o modo paradoxal que Deus usou ao enviar seu Filho ao mundo. Aparentemente um bebe? indefeso, uma crianc?a frágil e pobre, todavia, essa situação precária do seu nascimento ocultava sua verdadeira identidade, pois a narrativa bíblica diz que assim que o anjo fez o anúncio, algo súbito e inesperado aconteceu quando os ceús se rasgaram e surgiu uma "multidão de milícia celestial" que explodiu em louvores a Deus, em comemoração ao nascimento do Deus Filho.

Portanto, teve festa sim! Os céus encheram-se de música celebrada por um exército de anjos celestiais, afinal a criança naquela manjedoura, era o próprio Rei celeste. Agora, a partir do seu nascimento, todas as esperanças humanas poderiam ser depositadas naquele menino, que crescido, enfrentaria a cruz, venceria a morte e voltaria a destra do Pai declarando: "toda autoridade me foi dada, no céus e na terra" (Mateus 28.18).

Mas, tiraram Jesus do Natal! Parece que há uma articulação para excluí-lo da cena humana. Fala-se de tudo no Natal, desde presentes, Papai Noel, duendes e até magia, menos daquele que possui toda autoridade sobre a criação e que reinará para sempre visivelmente. Isso é o Natal: Jesus que nasceu! Ele é o próprio presente de amor, luz, vida e salvação oferecido as pessoas, portanto, "Glória a Deus nas alturas, e paz na terra entre os homens, a quem Ele quer bem".

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do SAMPI

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