Na Palavra proferida por Isaías o anúncio da luz é dirigido à cidade santa de Jerusalém. É um anúncio vibrante de uma iluminação que desceu sobre Jerusalém, como de uma aurora maravilhosa, que não só afastou de seu meio as trevas, mas a transbordou com um reluzente clarão. O próprio Deus é a luz que brilha sobre a cidade santa e a enche com a sua glória. Porque o Senhor, com a sua glória, habita Jerusalém. Ela é a luz que atrai para si todos os filhos e filhas de longe e de todos os lados e de todos os povos. Os povos trarão a ela os seus presentes, entre eles ouro e incenso. Diz ainda o profeta: "Então, tu verás e ficarás radiante. Pois a ti afluirão os tesouros do mar, as riquezas das nações acorrerão a ti. Multidões de camelos te invadirão, dromedários de Madian e de Efa. Todos virão de Sabá, trazendo o ouro e o incenso e proclamando os louvores do Senhor. Jerusalém simboliza a Igreja. A Igreja é a luz. O cristão é luz. Porque Jesus é "a luz dos povos" (Lc 2,32).

Também os pagãos são destinatários do Evangelho - Ef 3,2-3.5-6

É a principal mensagem de Paulo nessa Palavra. O mistério da salvação não é somente uma Boa Nova para o povo de Israel, mas para todos os povos, até mesmo os pagãos são destinatários dela e associados à mesma promessa em Jesus Cristo por meio do Evangelho. No rosto do Deus que se fez criança é possível descobrir o sentido do mistério, do amor visível de Deus por nós todos e de seu humilde rebaixamento à condição humana para nos elevar à condição divina, do seu ardente desejo de que nos entreguemos generosamente a ele com tudo o que somos e temos, e por amor a Ele nos doemos igualmente aos outros.

Os Magos ajoelharam-se diante do Menino e o adoraram - Mt 2,1-12

Uma estrela no Oriente guiou os Magos ao encontro de Jesus. A estrela os conduziu no caminho da fé rumo a Belém. Em chegando lá, iluminados pela luz da fé, recoheceram no Menino o rei Messias, o Salvador da humanidade. Foi, por isso, que disseram a Herodes: "Nós vimos a sua estrela no Oriente, e viemos adorar o Senhor" (Cf Mt 2,2). De pagãos se converteram em fiéis e, prostrando-se de joelhos ante o Menino, o adoraram, ofertando-lhe presentes, mais valiosos pela simbologia do que pelo valor material: o ouro porque é rei, o incenso porque é Deus e a mirra porque é imortal. Encontrando Jesus, encheram-se de grande alegria. Os Magos por sua própria natureza humana simbolizam também a diversidade das raças, culturas, nacionalidades - "homens de toda tribo, língua, povo e nação (Ap 5,9). O de cor branca representa os povos do continente europeu, o de cor negra os do continente africano, o de cor amarela os do continente asiático. Mais importante do que a estrela é a sua luz, porque a luz é Jesus. Jesus não é a estrela, "Jesus é a luz do mundo" (Jo 8,12). Por isso, a Epifania é chamada de festa da luz. Como cristãos seguimos a luz de Cristo e nos tornamos também "luz do mundo" (Mt 5,14).