Reinaldo Cafeo

O PIB de 2020

07/03/2021 | Tempo de leitura: 3 min

O PIB brasileiro atingiu R$ 7,4 trilhões em 2020. Dados divulgados pelo IBGE apontaram que a economia teve queda real, acima da inflação. O Produto Interno Bruto per capita (por pessoa) ficou 4,8% menor em 2020 atingindo R$ 35.172,00. O tombo da economia foi de 4,1% na comparação com 2019.

PIB pelo lado da oferta

Analisando o PIB pelo lado da oferta somente o setor primário (agropecuária) da economia fechou no azul: 2,0%, enquanto o setor secundário (indústria) apresentou queda de 3,5% e o setor terciário (comércio e serviços) despencou 4,5%. Todos os dados comparados com 2019.

PIB pelo lado da demanda

Quando a análise é pelo lado da demanda temos: Consumo das Famílias negativo em 5,5%; Investimentos com queda de 0,8%; os Gastos do Governo foram de (-) 4,7%; as Exportações caíram 1,8% e as Importações despencaram 10,0%. No caso do Consumo das Famílias foi o pior desempenho em 24 anos. O resumo destes números é o seguinte: não foi tão ruim como as projeções de início de pandemia (há um ano), posto que o segundo semestre foi positivo, porém, na média estamos mais pobres.

Pior década em 120 anos

A década de 2011 a 2020 foi o pior período para a economia em 120 anos. Estudo é da FGV. Por ano, o crescimento médio do PIB foi de 0,3%. É o menor desde a década de 1901. O Brasil registra uma segunda década perdida, com crescimento menor do que o registrado nos anos 1980. Naquela década o crescimento médio anual do PIB foi de 1,6%.

Mercado projeta crescimento de 3,29% para este ano

O último dado do Boletim Focus (amanhã será atualizado pelo Banco Central) aponta para um crescimento de 3,29% para este ano. Acredito no crescimento, mas com a fase vermelha no Estado de São Paulo, com o agravamento da pandemia e sem vacinação em massa, o primeiro trimestre deste ano, podendo atingir o segundo trimestre, ainda será baixo. Muitos desafios pela frente.

Inflação do aluguel: quase 29%

O IGP-M, indexador preferido pelos donos de imóveis, acumulou em 12 meses fechado em fevereiro 28,94%. No mês de fevereiro o índice de 2,53%. Caso você possua algum contrato indexado ao IGP-M, principalmente os aluguéis, a única opção é negociar. Não é possível aceitar, mesmo que previsto em contrato, que o reajuste seja superior a um quarto de seu aluguel. Algo próximo a 5% é um patamar razoável. Como sempre coloco aqui: saia da zona de conforto e negocie.

Nova opção de financiamento imobiliário

A Caixa Econômica Federal colocou a no mercado uma nova opção de financiamento imobiliário: juros entre 3,35% e 3,99% (dependendo da reciprocidade com a Caixa) ao ano acrescidos do rendimento da caderneta de poupança. Atualmente a poupança rende 1,4% ao ano, desta maneira o custo final seria entre 4,80% e 5,45% ao ano.

Análise desta opção

A poupança rende 70% (acrescida da TR) da taxa Selic desde que esta seja inferior a 8,5% ao ano. Acima deste patamar a poupança renderá 0,5% ( TR) ao mês. A projeção para taxa Selic é que vire este ano em 4%, portanto, a poupança renderia 2,8% ao ano elevando o custo do financiamento 6,24% e 6,90%. Caso a taxa de juros fique ao longo do tempo acima de 8,5%, o custo máximo que o financiamento atingiria seria 10,40% ( TR) ao ano. Os juros atingirão este patamar se houver descontrole da inflação. Enquanto houver condução séria da economia, nada aponta para esta elevação. Em resumo: no governo Bolsonaro dificilmente os juros subirão neste patamar, assim esta modalidade é vantajosa nestes três primeiros anos e uma aposta depois disso. Considerando a possibilidade portabilidade futura, economizar agora parece mais plausível.

Mude já, mude para melhor!

Viva tudo intensamente e não deixe o medo prevalecer. Sempre é tempo para mudar. Mude já, mude para melhor!

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do SAMPI

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