Reinaldo Cafeo

Inflação do aluguel continua elevada

02/05/2021 | Tempo de leitura: 3 min

O IGP-M (índice Geral de Preços do Mercado) calculado pela FGV desacelerou em abril, porém ainda continua elevada: alta de 1,51%. Tanto é verdade que este índice é o maior para um mês de abril desde 1995. Neste ano o IGP-M acumula alta de 9,89%, já em 12 meses, acumula alta de 32,02%.

Análise por grupos

Os componentes do IGP-M são: IPA (Índice de Preços ao Produtor Amplo, IPC (índice de Preços ao Consumidor) e INCC (Índice Nacional de Custo da Construção). Todos os grupos desaceleram no mês. O IPA passou de 3,56% para 1,84%, o IPC de 0,98% para 0,44% e INCC de 2,00% para 0,95%. Lembrando que o IPA tem peso de 60%, o IPC 30% e o INCC 10%. A maior influência na desaceleração da inflação medida pela FGV foi o preço dos combustíveis. Vale o reforço, mesmo com a desaceleração o índice do mês ainda é elevado.

Aluguéis são impactados

Legalmente quem tem um contrato de aluguel, cuja data base é maio, terá o reajuste de 32,02%. Mesmo sendo legal, os inquilinos precisam negociar. A inflação oficial gira em torno de 6% nos últimos 12 meses, portanto, o IGP-M equivale a mais de 5 vezes este patamar. Procure a imobiliária imediatamente e abre a negociação. Não há como suportar a elevação no valor do aluguel em mais de um quarto de seu valor.

Confiança da indústria em queda

Outro dado da FGV, o ICI - Índice de Confiança da Indústria, observou queda em abril, atingindo o menor nível em oito meses. É o quarto mês de recuo. A queda foi de 0,7 ponto no mês atingindo 103,5 pontos, nível mais baixo desde agosto de 2020.

Vacinação lenta e escassez de insumos

A vacinação em ritmo lento, a desvalorização do real frente ao dólar e a escassez de insumos para vários setores produtivos são as justificativas para a queda na confiança da indústria. As reedições das Medidas Provisórias dos programas de manutenção do emprego e auxílio as empresas podem reverter este quadro. No recorte atual, a confiança está em queda.

Juros do cartão de crédito: média aponta 335% ao ano

Não bastasse a carestia, com a alta de preços dos produtos básicos, o elevado desemprego, e o endividamento das famílias, o rotativo do cartão de crédito atingiu 335% ao ano (na média). A alta foi de 8,1 pontos percentuais de fevereiro para março deste ano. Os dados são do Banco Central.

Taxa mensal média: 13,03%

Isso mesmo, quando calculamos a taxa equivalente ao mês chega-se a 13,03%, um absurdo. Vale destacar que a taxa básica de juros é de 2,75% ao ano, portanto, o custo de oportunidade é infinitamente menor do que os juros praticados. Mesmo com a nova legislação apontando para que as administradoras de cartão ofereçam opções para o devedor, não é possível aceitar tamanha taxa de juros, mesmo entendendo a elevada inadimplência nesta modalidade.

Não use o rotativo

Utilizar o rotativo do cartão de crédito e permanecer por período longo é um tiro no próprio pé. Quem não administra as finanças da casa paga um preço elevado, consumindo o suado dinheiro conquistado a duras penas. Percebeu que não conseguirá pagar a fatura integralmente, busque uma opção mais barata no mercado. Por sinal, todas as outras modalidades de crédito oferecidas pelos bancos são mais baratas do que o rotativo do cartão. Saia da zona de conforto e pare de torrar dinheiro.

Mude já, mude para melhor!

Aprender com os erros, avaliar criticamente tudo passa pela nova vida, são questões fundamentais para amadurecer. O tempo passa e alguns não aprendem nada, outros, se reinventam permanentemente. Sou daqueles que sempre está aberto ao novo. Mude já, mude para melhor!

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do SAMPI

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