Reflexão e Fé

Pela paz de Jerusalém

Hugo Evandro Silveira Pastor Sênior - Igreja Batista do Estoril. E-mail: hugoevandro15@gmail.com

16/05/2021 | Tempo de leitura: 4 min

"Orai pela paz de Jerusalém!" Salmo 122.6

Nessa semana, atônitos, vimos pelas redes sociais mísseis sendo lançados sobre Israel. Só na terça foram 130 foguetes contra Tel Aviv. Se Israel devolvesse na mesma proporção não haveriam palestinos pra contar a história. A ONU tem se mantido calada em relação a esses ataques contra Israel. Não há inocência nessa relação. Anos atrás, dois israelenses se perderam no caminho e caíram num bloqueio da polícia palestina que os linchou, torturou, mutilou seus corpos e depois queimou-os publicamente. Uma atrocidade! Até em tempos de guerra, existem convenções internacionais e regras mínimas a manter para preservar a dignidade humana.

A Bíblia instrui a orarmos pela paz em Jerusalém. Oramos pela paz no Oriente Médio, entre Israel e palestinos, um conflito milenar amparado na religião. Mas devemos concordar que essa é uma tarefa árdua onde o poderio bélico não para de ser acionado, causando violência, perdas, dor, choro, revolta, ódio, morte. Grupos de movimentos revolucionários islamistas palestinos de braço armado como Hamas, Jihad Islâmica e o Hezbollah, considerados terroristas pelos governos dos EUA, União Europeia e Japão, só sabem demonstrar suas divergências com artilharia pesada sobre civis inocentes, numa Jihad, guerra de aniquilação a Israel. Israel responde com mão pesada, mas ainda assim quando a força aérea israelense bombardeia cidades palestinas, alertam os mesmos a deixarem os locais que serão atacados, no intuito de que o mínimo de civis sejam atingidos. Muito diferente dos ataques inesperados que recebe e, sem falar dos carros bombas deixados para explodirem entre os civis judeus.

Israel não principia a violência bélica, porem jamais irá ceder Jerusalém para ser capital de um estado palestino. Aliás, os próprios árabes que vivem em Israel, em Jerusalém, vivem em paz como co-nacionalistas, são irmãos, pensam e constroem juntos, tem lugar no parlamento judeu, desfrutam de proteção, trabalho, educação e dignidade e eles próprios temem o terrorismo desses grupos chamados revolucionários.

Fato é que a existência de Israel no Oriente Médio e a extensão de suas fronteiras, sua soberania em Jerusalém, são talvez os fatores mais explosivos do terrorismo mundial. As raízes árabes e judaicas nesta Terra datam milhares de anos. Ambos reivindicam essa Terra não apenas por causa da presença histórica, mas também por causa do chamado "direito divino", que torna aquele cenário político/religioso sobrecarregado. Não podemos negar que Israel como um todo, isto é, como um povo étnico e corporativo possui raiz naquela Terra desde Abraão e seus descendentes judeus que receberam essa promessa de Deus. Milhares de anos antes da religião islâmica surgir pelo profeta Maomé, aquela Terra estava destinada a Israel. Mas o caso não é tão simples assim, porque na verdade aquela Terra prometida ao Pai Abraão foi feita como um presente eterno ao "Israel espiritual verdadeiro" e não para o "Israel desobediente e incrédulo". Não se pode negar a íntima relação do Deus da Bíblia com Israel, mas a longa história desse povo hebreu, a sua desobediência, idolatria e quebra do pacto ao rejeitarem o Messias de Deus, Jesus Cristo, desqualificaram o Israel presente, ao "direito divino" à Terra. Com isso não queremos inferir que as nações vizinhas tenham o direito de molestar Israel com violência terrorista. Mas biblicamente, embora eleitos, Israel quebrou a aliança com seu Deus e, vive hoje em desobediência, inimigos do Evangelho (Romanos 11.28); já no que diz respeito aos princípios da justiça humana, terrorismo é crime e um acordo pacífico é o caminho. Não aprovamos que tamanho terrorismo seja constantemente catapultado sobre Israel e, nem mesmo que Israel desconsidere friamente as reivindicações históricas e sociais de seus irmãos palestinos. Há que se equilibrar o debate. Devemos encorajar a buscarem um acordo justo que leve em consideração ambos os povos.

Contudo, nenhum dos dois, deveriam fazer reivindicações de "direito divino" sobre àquela Terra, porque segundo a Bíblia, herdará a Terra, somente os que estão em Cristo, porque agora os verdadeiros "filhos de Abraão o são pela fé em Cristo" (Gálatas 3.7,14). Então apenas os que estão em Cristo, herdarão a Terra (Rm 8.17). Logo, no âmbito político, ambos devem respeito mútuo. No campo religioso, essa guerra pela Terra não há sentido algum, pois como Jesus revelou: "Meu reino não é deste mundo" (João 18.36).

IGREJA BATISTA DO ESTORIL

59 anos atuando Soli Deo Gloria

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