Conversando com o Bispo

"Quem é minha mãe e meus irmãos?"

06/06/2021 | Tempo de leitura: 3 min

"Quem fizer a vontade de Deus, esse é

meu irmão, irmã e mãe" - Mc 3,20-35

Nesta página do Evangelho da Missa de hoje, escrita por Marcos, Jesus se apresenta como descendente da mulher que derrota o antigo inimigo da humanidade, Satanás, representado na primeira leitura pela serpente. Depois que Jesus deu início à sua atividade messiânica e tinha acabado de escolher os doze apóstolos, não, porém, entre seus irmãos de sangue, voltou para casa. Tanta gente vinha atrás, seguindo-o, que eles mal tinham tempo para comer. Seus parentes quiseram detê-lo, considerando-o extravagante, talvez doente da cabeça. Os escribas, porém, seus adversários, o consideravam endemoninhado, possuidor de uma força que não vinha de Deus, mas de Satanás e que se ele expulsava os demônios era em nome do príncipe dos demônios que o fazia. Jesus, no entanto, lhes responde: um reino dividido contra si mesmo não fica de pé; para invadir uma casa, o saqueador (Jesus) deve amarrar o valentão lá dentro (demônio); quem não quer entender que Jesus age com a "autoridade" de Deus para vencer o demônio, blasfema contra o Espírito de Deus, que age em Cristo de modo visível, e para este pecado não existe remédio. A acusação dos escribas provocou a revelação de Jesus, conforme declarou que "Ele é mais forte que o príncipe dos demônios, e que, agora, com a sua vinda, chegou ao fim o poder de satanás". Foi explicando que venceu satanás após o seu batismo e venceu-o expulsando os demônios e perdoando os pecados. Tudo isso Ele fez e faz pelo Espírito Santo e não por algum espírito imundo. É preciso reconhecer isto, insistia Jesus, pois não reconhecer é pecar contra o Espírito e excluir-se da salvação. Enquanto Jesus recusava as prerrogativas de parentesco, apontava como sua verdadeira família os que faziam a vontade do Pai, esses são de fato meus irmãos, irmãs e mãe.

Cremos também nós, e por

isso falamos - 2Cor 4,13-5,1

Paulo diz aos coríntios que os apóstolos aceitam alegremente o paradoxo de sua vida, qual seja o de tornar-se semelhante a Cristo, que salva mediante a morte. Tudo isso só tem sentido caso se comece a partir da força do "Espírito de fé". Em outras palavras, enfatiza ele, só se acreditarmos que Cristo morreu e ressuscitou e que a nossa vida está inseparavelmente unida a esses dois aspectos da vida de Cristo (Rm 6), então é que se há de alcançar aquela convicção firme que fundamenta a atividade apostólica mesmo que o homem exterior vai caducando, o homem interior se renova para Cristo. Portanto, porque nós também cremos, é que sem medo nós falamos.

Porei inimizade entre a tua descendência

e a da mulher - Gn 3,9-15

O pecado de Adão e Eva é o pecado de todos nós, o orgulho, o de querermos ser iguais a Deus. Deus não rejeita o ser humano, mas rejeita a serpente, que na tradição judaica foi identificada com o demônio. A descendência humana, no entanto, há de esmagar a serpente, prefiguração de Jesus, que vence o demônio, conforme o Evangelho acima o diz. Entre Adão e Eva nota-se a confusão trazida pelo pecado. Não só entre eles e Deus, mas também entre eles se acusam um ao outro. O texto fala da condenação do diabo que será definitiva quando a descendência da mulher lhe esmagar a cabeça.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do SAMPI

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