Reflexão e Fé

A esperança que vence a morte

Hugo Evandro Silveira Pastor Sênior - Igreja Batista do Estoril. E-mail: hugoevandro15@gmail.com

27/06/2021 | Tempo de leitura: 4 min

A contagem mundial da contaminação pelo Coronavírus só aumenta. No Brasil quanto mais as pessoas são vacinadas, mais pessoas também são infectadas. Em junho temos recorde de contaminação. Em Bauru passamos 1.000 mortes no total. É angustiante saber das histórias por trás dos números.

Só no Brasil, quantos darão o último suspiro ainda no dia de hoje? Quantos estarão sozinhos em sua partida nas UTIs? Cada morte representa uma mãe, um pai, um filho. Cada morte significa um ente querido de luto. E mesmo quando essa maré de casos diminuir, a dor vai durar. Durante meses, anos, à dor no coração irá perdurar nas memórias que nunca desaparecerão.

Além do mais existem aqueles que temem por suas casas e famílias enquanto a economia desmorona. Multidões estão preocupadas em pagar a conta da luz, da água, o financiamento, comprar alimento e etc. à medida que a renda mensal desmorona. Ainda, milhares que saem para trabalhar, possuem o temor de levar o vírus para casa, para suas famílias. Muitos ainda se preocupam com o atraso de seus filhos que não conseguiram ter acesso ao ensino online. E ainda há os que permanecem isolados, afundados na solidão. Independentemente de como cada um vê os fatos, mas poucos sairão ilesos desta crise.

Nossa visão fica embaçada quando tudo na vida que conhecemos como bom e feliz parece se dissolver com tanta coisa ruim acontecendo ao mesmo tempo. Mas os que creem em Deus, nutrem um sentimento otimista, mesmo no realismo caótico. Por outro lado os niilistas criticam os crédulos, e alicerçam sua existência no aniquilamento, de que nada possui sentido, afinal tudo é uma inutilidade.

Toda pessoa sofre, angustia e chora. Sim, nosso entendimento tem limites. Cambaleamos em nossa dor. No entanto, aquele que crê em Deus, mesmo experimentando momentos desesperadores que desafiam a compreensão, acredita pela fé que Deus permanece fiel, e que está trabalhando até mesmo nas calamidades que assolam este mundo, a fim de cumprir seu propósito eterno que escapa à nossa compreensão momentânea. Em João 11.3, lemos sobre um acontecimento chocante em que Lázaro, irmão de Marta e Maria, sucumbiu à uma doença e morreu. O desgosto das irmãs foi profundo. Sobretudo porque elas haviam rogado para Jesus se fazer presente na esperança de curar seu irmão. Mas não deu tempo, Lázaro morreu. Indagações tomaram conta das mentes de Marta e Maria: Por que Jesus permitiu que nosso irmão morresse? A resposta de Jesus foi impressionante: "Essa doença não leva à morte, mas para que o Filho de Deus seja glorificado entre os homens" (cf. João 11.4). Assim no momento adequado ao propósito divino, Jesus ordenou: "Lázaro, sai para fora!". O homem que havia morrido, saiu (cf. João 11.43,44). Naturalmente, a princípio, as irmãs não conseguiam discernir o que estava acontecendo, mas Deus estava trabalhando, conforme seus planos, em seu supremo controle da vida. Nesse evento, Jesus está mostrando a toda posteridade que Deus está no domínio de toda vida e, que nutrir esperança Nele, é nutrir a mesma esperança que vence a morte, mesmo que a desprezível morte finque as suas garras momentâneas, indo além da nossa compreensão factual.

A realidade é difícil. Os números das vítimas poderão aumentar não só no Brasil. As lágrimas vão fluir. Jesus nunca prometeu nos livrar da dor enquanto estivermos nesse plano físico (João 16.33). Mas ao mesmo tempo Jesus oferece-nos esperança. Ele nos faz lembrar que a sua tumba está vazia. Traz a nossa memória, a saber, aos que creem, que Deus é maior que qualquer vírus silencioso e mortal. Paulo o apóstolo nos ajuda nessa compreensão quando diz: "Esta aflição leve e momentânea está nos preparando para uma eternidade de glória além de qualquer comparação, pois não olhamos para as coisas que se veem, mas para as que não se veem. Porque as coisas que se veem são passageiras, mas as que não se veem são eternas" (II Coríntios 4.17,18).

As noites de muitas pessoas têm sido longas e difíceis. Lágrimas ainda poderão fluir, mas Deus está junto de nós; Ele nos conhece ao ponto de saber sobre cada fio de cabelo de nossa cabeça (Lucas 12.7). Quaisquer que sejam as calamidades que nos aguardam, Deus enxugará cada lágrima dos que esperam nEle. Podemos gemer e chorar, mas ainda assim, não sai da nossa lembrança que a tumba está vazia: Cristo ressuscitou! Nele nos protegemos. Ele é a esperança que vence a morte. Portanto, nenhum vírus, nenhuma doença, nenhum inimigo visível ou invisível, poderá nos separar de seu amor eterno.

IGREJA BATISTA DO ESTORIL

59 anos atuando Soli Deo Gloria

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