Reflexão e Fé

Meu pior inimigo

Hugo Evandro Silveira Pastor Sênior - Igreja Batista do Estoril. E-mail: hugoevandro15@gmail.com

01/08/2021 | Tempo de leitura: 4 min

Você se pega em pensamentos negativos sobre si mesmo - repetidamente se colocando para baixo, criticando-se, comparando-se com outras pessoas que você acha que são perfeitas? Quando você comete um erro, você é daqueles que se acha absolutamente horrível, que cria expectativas irrealistas e que qualquer outra pessoa teria feito um trabalho melhor e que você é incapaz?

A depressão e a ansiedade muitas vezes são devidas à voz interna da autocrítica que nos derrotam antes de começar, que rouba de nós qualquer crédito, que nos paralisa no medo. De acordo com a Organização Mundial da Saúde, a depressão, que se confunde com o nosso próprio ser, é a principal causa de deficiência em todo o mundo. Globalmente, mais de 300 milhões de pessoas de todas as idades sofrem com o transtorno. E a incidência do distúrbio está aumentando em todos os lugares. A depressão faz incursões profundas na biologia para trazer os seus muitos sintomas, desde perturbações do sono, incapacidade de sentir prazer, falta de motivação e sentimentos de culpa. Na prática somos o nosso maior inimigo, eu sou o meu pior inimigo. Isso inclui herança genética, experiência de vida, temperamento, traços de personalidade, suporte social e crenças. Apontamos corriqueiramente para o erro dos outros. O que pouco damos conta é que a pessoa mais difícil do nosso convívio, habita em nossa própria pele. Fazemos pouca ideia que o nosso maior desafio na vida é enfrentar o nosso coração problemático. Obstinado em desvendar o "alter ego", o seu "outro eu", o escritor Brennan Manning produziu a sua obra "O impostor que habita em mim" - vale a leitura.

O profeta já havia revelado que "o coração é mais enganoso que qualquer outra coisa e sua doença é incurável. Quem será capaz de compreendê-lo?" (Jeremias 17.9). O profeta trabalha o sentido de que podem haver em nossos corações, infinitos e escusos dispositivos, sutilezas egoístas, resoluções inconstantes e mutáveis, sentimentos vãos e ilusórios, ardilosas e perversas intensões secretas que nem o próprio ego consegue perceber.

Podemos desvendar algumas práticas que podem ajudar a enfraquecer o nosso pior inimigo. Por exemplo, pensamentos negativos devem ser perseguidos, capturados e eliminados. Comece a desviar-se dessas flechas mortais que são lançadas contra você. Tente eliminar ideias depreciativas direcionadas a si mesmo. A falha é comum á todos, mas quando reduzimos nossas ações a termos como tudo ou nada, caímos em armadilhas irreais e imprecisas. Talvez fomos mal em um exame, aquela apresentação pública não foi tão boa assim, talvez gostaríamos de não ter dito o que foi falado, mas tudo bem, pese também as evidências favoráveis: você tem amigos. O Seu relacionamento com Deus tem sido frutífero. Você é uma pessoa decente e que procura ajudar os outros e etc.

Sentimentos que nos levam a auto crítica com ênfase na negatividade ajuda a produzir mais derrotas do que atingir bons objetivos. Em vez de se concentrar no que você não faz perfeitamente, tente-se dar crédito pelas coisas boas que consegue realizar. Sem focar nos grandes feitos, se alegre nas coisas simples, como ir para o trabalho, para a escola, como falar gentilmente com alguém, comer alimentos saudáveis ou no simples esforço em tratar a si e os outros com empatia. Na bênção de Deus, sob os princípios de Jesus, quanto mais celebramos a vida mesmo nas coisas que chamamos de simples, maior a probabilidade de seguir em frente. A autocrítica de sempre auto reavaliar-se, medir-se ou comparar-se, pode não ser uma boa ideia. Prefira a auto observação em aceitação. Aceite-se e mova-se em direção ao seu objetivo. Sejamos realistas, não somos perfeitos! Posso aceitar meus erros, não preciso viver frustrado, logo continuo em meus objetivos; Cristo me ajuda na caminhada e segue junto a mim, como Ele afirmou: "Eu Sou a Luz do mundo, toda pessoa que ne segue, não andará em trevas - em depressão - mas viverá na Luz da vida" (João 8.12). Que boa notícia!

Na força de Cristo, libertar-se da autocrítica derrotista, ajuda-nos a escapar da depressão e do fardo da ansiedade, enfraquecendo assim o pior inimigo que nos habita. Não há nada tão falso e enganoso quanto o coração do homem; ele é enganoso nas esperanças e promessas que nutre, na vaidade que ostenta, nas garantias que ilude; esse nosso coração é insondável pelos outros e por nós mesmos. O "eu" não pode conhecer seu próprio coração e nem o dos vizinhos. Não coloque, portanto, a sua última confiança em si mesmo. Não tenha sobre si uma expectativa elevada além da realidade.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do SAMPI

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