Reflexão e Fé

Direito de Todos

Hugo Evandro Silveira Pastor Sênior - Igreja Batista do Estoril. E-mail: hugoevandro15@gmail.com

08/08/2021 | Tempo de leitura: 4 min

Prezamos pela liberdade. O cristianismo é o movimento precursor da liberdade no ocidente. É parte da filosofia cristã a liberdade de pensamentos. Onde o pensamento evangélico não floresceu, o totalitarismo dominou. Por exemplo, eventualmente vemos o movimento LGBTQIA defendendo os palestinos em detrimento da democracia de Israel, o que parece não saber é que o mundo árabe não permite o homossexualismo. Em alguns países mulçumanos a prática homossexual é condenável à morte. O pensamento cristão não funciona assim, jamais quer suprimir o direito de liberdade do outro, contudo, também quer desfrutar da liberdade de expor suas ideias, o que não vem acontecendo.

Um colégio Batista da capital mineira, foi intimado pelo ministério público a prestar esclarecimentos por ter publicado um vídeo que diz que menino é menino e menina é menina. Nada mais comum, simples e verdadeiro que isso. O colégio não foi ofensivo. Sob direito democrático, expôs seu ponto de vista balizado pela ciência em que biologicamente homem é homem, mulher é mulher. Sensações, desejos, comportamentos, é de outra natureza. Na democracia, socialmente cada um faz o que quer com seu corpo, mas biologicamente existe macho e fêmea.

Nesse país, que diz prezar pela democracia, tem sido crescente uma luta comum de católicos e evangélicos de desmistificar o discurso de ódio que quer fazer calar e criminalizar a manifestação cristã, que com naturalidade defende o conservadorismo da família modelo pai, mãe, filho e filha. Querem oprimir a teologia cristã, justamente ela, a protagonista da liberdade que o ocidente desfruta. Da mesma forma que entendemos ser errado um cristão querer tolher a liberdade sexual de uma pessoa, também é condenável amordaçar a declaração cristã. Direito de todos.

O século 21 é assim, pluralista, mas isso não significa a destruição do respeito e do direito. O LGBTQIA e o cristão devem tomar todo o cuidado para não ferir a liberdade do outro. O cristão tem todo o direito de crer e defender que o único modelo aceitável de família é o modelo judaico-cristão. Cada um crê e defende o que lhe convém. O LGBTQIA pode achar e defender que toda forma de relacionamento sexual é válido. O que não pode é usar de agressividade e querer criminalizar o ponto de vista contrário, isso sim é crime e atenta contra o estado de direito democrático.

Se vivemos num país livre, o que fazer com essa liberdade, para que a liberdade não se torne libertinagem? Nesse cenário defendemos responsabilidades na convivência com todos, em especial com nossas crianças, jamais expondo-as à conversas e sugestões que deveriam ser limitadas dentro do perímetro da maioridade. Atualmente a justiça absolveu um adulto que engravidou uma criança de 11 anos, sob o argumento da mesma ter consentido com o ato. Uma menina de 11 anos tem capacidade moral, intelectual e social para decidir isso? Não seria pedofilia? A justiça também tem permitido menores mudarem de nome e gênero respeitando a "soberana vontade da criança". Isso aconteceu com uma garota de 8 anos (?) no Sul do Rio. Nesse mundo de múltiplas liberdades, não seria tudo isso muito precoce? O que estamos fazendo em nome da liberdade? Já existem trágicas histórias de pessoas que mudaram de sexo e que hoje se veem arrependidas, protestando que deveriam ser mais desafiadas a reflexão (https://www.bbc.com/news/health-51676020). Um garoto nos Estados Unidos, apenas na terceira sessão de terapia, recebeu o estímulo e a aprovação do profissional psicólogo para a mudança de sexo, agora jovem, arrependido, tentou se matar: "Por que me deixaram fazer isso?". É uma coisa horrorosa o que está acontecendo no mundo, uma verdadeira forçação de barra em nome do marketing da liberdade sexual. E o discurso cristão, que querem criminalizar, em seu direito de liberdade, naturalmente argumenta contra toda essa excentricidade, mas no Brasil a questão está mais banal ainda, enviesado com agressões e tentativas de criminalização, censura e amordaçamento de católicos e evangélicos que apenas tentam assegurar minimamente o entendimento da natureza masculina e feminina e a proteção das crianças.

Se as autoridades, que deveriam nos proteger, proteger as nossas crianças, não o fazem a contento, nós, cidadãos, precisamos fazê-lo, uns aos outros, muito além do ódio, ainda que estruturados por crenças antagônicas. Parece utopia, mas o brasileiro deve perseguir o caminho da liberdade, mas também do respeito, da paz e equilíbrio, esse é um direito de todos, ainda que a nossa cosmovisão seja incompatível.

IGREJA BATISTA DO ESTORIL

59 anos atuando Soli Deo Gloria

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do SAMPI

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