Conversando com o Bispo

Fé e obras se completam

12/09/2021 | Tempo de leitura: 3 min

MÊS DA BÍBLIA: setembro é o mês dedicado à Bíblia para ajudar-nos a crescer no conhecimento e no amor à Palavra de Deus. São Jerônimo que foi um grande tradutor da Bíblia escreveu: "Ignorar a Bíblia é ignorar a Cristo". O ponto central da Bíblia é Jesus Cristo, para o qual convergem todas as profecias. Santo Agostinho escreveu: "O Novo Testamento estava latente no Antigo e o Antigo se esclarece no Novo". Portanto, o Antigo é preparação para a vinda de Jesus e o Novo, a realização do seu Reino. A Bíblia é um conjunto de 73 livros, escritos por autores diferentes, em épocas, línguas, estilos e locais diversos, num espaço de tempo de cerca de mil e quinhentos anos. Todos eles têm Deus como seu autor principal e garantidor da sua inerrância. A Bíblia é um livro complexo, por isso é preciso lê-lo com atenção para não se cair no erro de uma leitura fundamentalista que pretende dar a ela uma interpretação literal nos seus detalhes. A Igreja ensina que "A Bíblia não transmite precisão histórica nem conhecimentos científico-naturais. Também os autores eram filhos do seu tempo. Eles partilhavam as concepções culturais do seu ambiente, em cujos erros, por vezes, estavam presos. Não obstante, tudo o que o ser humano precisa saber sobre Deus e o caminho da sua redenção encontra-se com infalível segurança na Sagrada Escritura" (Youcat, 15).

Jesus é o Messias, mas o Messias

sofredor - Mc 8, 27-35.

A mensagem central do Evangelho de hoje é a profissão de fé em Jesus como Messias feita por Pedro em nome dos Doze. Jesus perguntou aos discípulos: "Quem dizem os homens que eu sou?" A resposta foi: João Batista ou Elias ou um dos profetas". Tornou a perguntar-lhes: "E vós, quem dizeis que eu sou?" Pedro respondeu: "Tu és o Messias". Concordando em parte, Jesus fez a ressalva de que ele é o Messias, sim, mas um Messias sofredor. Pois ele será morto e ressuscitará ao terceiro dia. Pedro não conseguiu aceitá-lo como servo sofredor. Jesus então rechaçou-o: "Arreda-te de mim, satanás, porque não pensas as coisas de Deus, mas as dos homens". E termina, dizendo que a sorte dos discípulos é a mesma do Mestre: "Se alguém me quer seguir, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz e me siga. Pois quem quiser salvar a sua vida vai perdê-la; mas quem perder a sua vida por causa de mim e do Evangelho vai salvá-la".

A fé, se não tiver obras, é morta - Tg 2,14-18.

Fé e obras se completam. As obras comprovam a fé. Só com bons desejos não se protege o indigente contra o frio nem se lhe mata a fome. Até podemos nos gloriar de uma fé inativa, mas não podemos prová-la. Não há contradição entre essa passagem de Tiago com Rm 3,28. Tiago raciocina a partir de quem já é filho de Deus, Paulo, a partir daquele que deve tornar-se filho de Deus. "A fé é graça, dom de Deus, que se demonstra primeiramente pela adesão da vontade e da inteligência à Revelação feita por Jesus Cristo, não enquanto apreensão de uma ideia, mas enquanto fruto de uma experiência e de uma existência vivida na relação com o Senhor e na obediência à sua vontade". E, depois, a fé se confirma quando, operante no amor, há provas para comprová-la. São Tiago conclui: "Tu tens fé e eu tenho obras. Mostra-me a tua fé sem as obras e eu te mostrarei a fé pelas minhas obras".

Jesus é Messias como Servo Sofredor

de que fala Isaías - Is 50,5-9.

Nesta leitura de Isaías, o Servo aparece como aquele que aceita com docilidade a sua missão, não recua nas dificuldades e suporta pacientemente os ultrajes. Não se abate porque o Senhor vem em seu auxílio e nele deposita toda a confiança. Por isso, mesmo quando acusado, o Servo tem certeza da vitória e nada teme.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do SAMPI

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