Reinaldo Cafeo

Juros em 6,25% ao ano

26/09/2021 | Tempo de leitura: 3 min

O Comitê de Política Monetária elevou em 1 ponto percentual a taxa básica de juros do Brasil que atingiu 6,25% ao ano. A decisão tem como pano de fundo a alta da inflação que acumula em doze meses 9,68%. Neste ano, em oito meses, 5,67%. Restam quatro meses até o fim do ano. Está evidente que o Banco Central não cumprirá a meta fixada de 3,75% com um limite máximo de 5,25% no ano fechado.

O que muda para você?

Se sua situação financeira é deficitária, portanto, precisa de crédito financeiro, as taxas de juros serão maiores. Os Intermediários Financeiros utilizam a taxa básica (Selic) como referência na formação dos juros no mercado. Assim o crédito pessoal, cartão de crédito, cheque especial, entre outros, ficarão mais caros. Também as taxas para capital de giro das empresas ficarão mais salgadas. Estas altas se darão ao longo do tempo. Vale destacar que o crédito já está mais caro devido a alta do IOF - Imposto sobre Operações Financeiras. As pessoas físicas tiveram majoração de 3,0% para 4,8% e as empresas de 1,5% para 2,04%.

A renda fixa rendendo mais

Os Intermediários Financeiros passaram a captar recursos no mercado oferecendo taxa de juros mais alta. O CDI (Certificado de Depósito Interbancário), referência da renda fixa, sobe para 6,13% ao ano. A Caderneta de Poupança que rende 70% da taxa Selic passa a render 4,375% ao ano, acrescida da TR (que está em zero). Quem opera no Tesouro Direto terá como rendimento referência 6,25% ao ano.

Rendimento real negativo

Mesmo com esta alta na taxa básica de juros, no nível atual, quem consegue remunerar seu dinheiro em 100% da Selic, ainda perde para inflação que, como colocado acima, está em 9,68% ao ano. Ganhos maiores somente com algum risco. Fique de olho nas opções da renda variável.

Projeção da inflação

Para este ano é possível que a inflação feche na casa dos 8% (janeira a dezembro). De um lado os preços continuarão pressionados pelos aumentos no valor da energia elétrica, sem solução no curto prazo, ainda pelos combustíveis e alimentos. Os quatro meses deste ano terão que apresentar números inferiores ao mesmo período do ano passado. Lembrando que no ano passado tivemos os seguintes índices: setembro 0,64%, outubro 0,86%, novembro 0,89% e dezembro 1,35%, acumulando 3,79%. Assim a inflação teria que acumular 2,20% neste ano para atingir os 8%, portanto seria necessário cair de uma média de 0,93% ao mês para 0,55% ao mês. Para 2022 a inflação ainda estará pressionada até o fim do primeiro trimestre. No ano fechado a inflação deve atingir a casa dos 6%.

Como fica o crescimento econômico?

Com juros maiores o consumo das famílias tende a ser menor. Como este consumo representa 70% do PIB brasileiro, o crescimento econômico tende a ser menor. Para este ano podemos projetar 5% de alta do PIB sobre o ano passado. Vale lembrar que em 2021 o PIB foi negativo em 4,02%, portanto, uma base precária. Para o ano que vem, de um crescimento acima de 2,5% projetado no início do ano, com toda trava na economia, inflação e mais juros, é possível que cheguemos no máximo em 1% na comparação com este ano.

Como enfrentar flutuações nas vendas

Alguns setores sofrem fortemente a denominada sazonalidade nas vendas. Planejar e gerenciar as flutuações nas vendas garantem boa saúde financeira das organizações. Algumas dicas para enfrentar as sazonalidades: 1) reduza os investimentos em capacidade de produção. Opere em 80% ou 90% do pico da capacidade; 2) avalie semanalmente como está o desempenho de vendas e analise as tendências de vendas; 3) estude a diversificação do portfólio de produtos; 4) não deixe de investir em marketing; 5) aumente a boca do funil de vendas; 6) valorize cada centavo de seu capital de giro e tenha ganhos em produtividade. Agora, mãos à obra.

Mude já, mude para melhor!

Cuidado com os rebeldes sem causa. Normalmente são utilizados como massa de manobra. Sempre é tempo para mudar. Mude já, mude para melhor!

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do SAMPI

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