Reinaldo Cafeo

Superávit Primário

03/10/2021 | Tempo de leitura: 3 min

O Brasil obteve o melhor resultado nas contas públicas para um mês de agosto, em sua série histórica que teve início em dezembro de 2001. Foram R$ 16,729 bilhões de superávit, segundo dados do Banco Central. Em julho o resultado foi negativo em R$ 10,283 bilhões. O resultado primário é a diferença entre o governo arrecada, menos que é gasto com a máquina pública, sem considerar o pagamento dos juros da dívida total do governo.

Os dados envolvem entes federativos

Este resultado refere-se à consolidação dos dados do governo central, Estados, Municípios e estatais, ficando de fora a Petrobras e Eletrobras. Isolando estes entes temos os seguintes resultados: governo central (Tesouro Nacional, Banco Central e INSS) déficit de R$ 11,092 bilhões. Governos regionais (Estados e Municípios) resultado positivo em R$ 27,337 bilhões. Os Estados tiveram superávit de R$ 23,479 bilhões e os municípios resultado positivo de R$ 3,859 bilhões. As estatais apresentaram resultado positivo de R$ 484 milhões. No ano o superávit acumulado é de R$ 1,237 bilhões, o que equivale a 0,02% do PIB.

E eu com isso?

Uma das preocupações dos investidores, notadamente no setor produtivo, é que o setor público controle suas contas, evitando que a dívida pública cresça em tal magnitude que ele não consiga honrar seus compromissos. Em outras palavras receio que o governo dê calote, decretando moratória. Quanto mais distante deste cenário, menor o nível de risco para investir naquele país. Com sobras primárias, parte dos juros da dívida são cobertos, e a dívida pública se estabiliza, mantendo uma relação aceitável com o Produto Interno Bruto. Isso pode refletir em seu bolso. Quanto mais confiança no país, mais investimentos produtivos ocorrerão, mais emprego e mais renda serão gerados. O chamado risco fiscal fica reduzido. Os dados até agora são positivos, contudo, ainda temos quatro meses a serem computados e os gestores públicos tendem a abrir a guarda, principalmente quando as eleições se aproximam.

Inflação do aluguel deu uma trégua

O IGP-M, Índice Geral de Preços do Mercado, calculado pela FGV, apresentou deflação (variação média negativa dos preços na comparação com o mês anterior) de 0,64% em setembro. O IPA - Índice de Preços ao Produtor Amplo, que pesa 60% do IGP-M, caiu 1,21% no mês, com forte influência dos preços do minério de ferro (caiu 21,74%). Já o IPC - Índice de Preços ao Consumidor Amplo, com peso de 30% no IGP-M, subiu 1,19%, tendo como vilões a energia, os serviços e os alimentos. O INCC - Índice Nacional de Custos da Construção, com peso de 10% no IGP-M, subiu 0,56%.

IGP-M em 12 meses: 24,86%

Com a deflação de setembro o IGP-M apresenta acumulado de 24,86%. Vale lembrar que até agosto o acumulado era de 31,12%. Assim os contratos indexados ao IGP-M, como é o caso da maioria dos contratos de aluguel, sofrerão alta de 24,86% para quem tem data base em outubro. É um patamar menor, mas ainda elevado. Negociar é preciso.

Deflação não é tendência

Considerando que somente alguns produtos influenciaram o comportamento do IGP-M, como foi o caso do minério de ferro, o indicativo é que a deflação não se repita em outubro. Muitos preços no atacado ainda estão pressionados, principalmente pelo comportamento dos preços dos combustíveis e energia. Melhoria efetiva nos índices de preços somente após o primeiro trimestre do ano que vem.

Foco no orçamento doméstico

Começamos o mês de outubro, portanto, estamos há menos de três meses para encerrar o ano. A dica é dar foco total ao orçamento doméstico. Elenque suas fontes de renda e como estão seus gastos. Faça um planejamento para estes meses gerando disciplina no controle orçamentário. Envolva todos da família. Não perca mais tempo.

Mude já, mude para melhor!

A vida é feita de conquistas e frustrações. Cresça como pessoa em ambas as situações. Isso e sinônimo de maturidade. Mude já, mude para melhor!

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do SAMPI

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