Reinaldo Cafeo

Juros básicos em 7,75% ao ano

31/10/2021 | Tempo de leitura: 3 min

Era mais que previsível a decisão do Comitê de Política Monetária no tocante a elevação da taxa básica de juros da economia brasileira. Com inflação acumulada em 12 meses em dois dígitos, sem a âncora da política fiscal, restou somente a política monetária para tentar evitar a escalada de preços. As apostas eram de alta entre 1 e 1,5 ponto percentual, acabou vindo no patamar mais alto. A taxa Selic atingiu 7,75% ao ano.

Impactos da decisão

A intenção com alta dos juros e controlar a inflação. Juros maiores adiam o consumo de bens financiáveis, e na média ponderada, ajudam a atingir um patamar menor no índice de preços. Os rentistas, que possuem sobras de recursos, serão favorecidos quando optarem por aplicações financeiras em renda fixa. O CDI guarda proporção com a Selic, portanto, remuneração maior nestas modalidades. Na outra ponta aqueles que precisam de empréstimos, tanto pessoas físicas como jurídicas pagarão juros maiores. Tem ainda impacto no crescimento econômico, à medida que o consumo das famílias será reduzido.

Política fiscal x política monetária

Normalmente as decisões de política fiscal e monetária se complementam, todavia, neste momento a política fiscal forçou decisões mais firmes de política monetária. Explico melhor. O risco fiscal brasileiro, isto é, um eventual furo no teto de gastos, tem levado os investidores a exigirem maior taxa de retorno. Com a tensão no mercado, aumenta a busca por proteção em moeda estrangeira, elevando a cotação do dólar, por exemplo, aumentando custos de produção de boa parte dos bens ofertados internamente. Sem sinalizar com ações na direção de maior rigor fiscal, a inflação tomou proporções elevadas, restando utilizar a política monetária de maneira mais austera. Uma das decisões nesta linha é e elevação dos juros.

Meses ainda complicados

Dificilmente teremos queda acentuada da inflação nos próximos meses. A energia elétrica continuará impactando os preços dos produtos e serviços. Também as constantes altas no preço dos combustíveis realimentam a inflação. Além disso, a retomada das atividades no setor de serviços tem inflacionado seus preços. O indicativo é que a trégua na inflação se dê no segundo trimestre de 2022. Poderemos ter novas altas nos juros.

Ao menos uma boa notícia: cai a taxa de desocupação

O IBGE divulgou dados do mercado de trabalho e no trimestre encerrado em agosto, e o desemprego caiu para 13,2% da força de trabalho. A taxa anterior era de 14,6%. Agora são 13,7 milhões de pessoas desocupadas (antes 14,8 milhões). Apesar desta boa notícia o Brasil está distante dos números de importantes países. Neste mesmo período 38 países da Organização para Cooperação e Desenvolvimento (OCDE) apresentaram taxa média de desocupação de 6% da População Economicamente Ativa. Na zona do euro este patamar é de 7,5%.

Longo caminho!

Derrubar a taxa de desocupação de 13,2% para algo próximo a 6% não será tarefa fácil. O combate a inflação é prioridade, mesmo que isso impacte em menor crescimento econômico. Mesmo crescendo algo próximo a 5% neste ano isso não será suficiente para mexer estruturalmente no mercado de trabalho. O ano que vem teremos eleições presidenciais, mais tensão no ar, mais incertezas, levando os investidores a se contraírem. Com um crescimento econômico na ordem de 1% para 2022, ao menos este é o cenário, as oportunidades no mercado de trabalho serão limitadas. Lentidão pela frente.

Black Friday

Amanhã começa o mês de novembro e com ele virão as promoções para a Black Friday. Identifique os produtos que deseja adquirir e monitore seus preços, evitando ser iludido com propagando enganosa, pagamento metade do dobro. Fotografe os valores, dê print da oferta, enfim, seja proativo. Observando irregularidades, denuncie os infratores ao Procon.

Mude já, mude para melhor!

Quando o cansaço sugar toda sua energia, lembre-se que a recarga de energia depende somente de cada um de nós. Seja determinado e tenha foco em que acredita ser melhor para você e para os seus. Mude já, mude para melhor!

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do SAMPI

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