Conversando com o Bispo

A Mãe da Misericórdia

19/12/2021 | Tempo de leitura: 3 min

O Natal já está bem perto de nós. Que alegria, que benção e graça de Deus! O nascimento do Filho de Deus é a grande demonstração do amor do Pai pela humanidade. Deus tanto nos amou, seres humanos, primeiramente porque nos criou à sua imagem e semelhança e depois porque, quando pecamos, nos enviou o seu próprio Filho para nos perdoar e resgatar a vida divina em nós. A Encarnação de Jesus é a garantia antecipada da Redenção. Esse mistério São Francisco de Assis compreendeu muito bem, por isso ele celebrava com grande júbilo o Natal do Senhor, certeza da nossa salvação. No Natal e na Páscoa, São Francisco celebrava o amor de Jesus. "Por amor Ele assumiu a natureza humana; rebaixou-se para nos elevar; inclinou-se para nos levantar; despojou-se da sua majestade para nos revestir da sua divindade; desceu até nós para que subíssemos até Ele. Finalmente, por amor, deu a vida na cruz por nós".

Somos chamados a contemplar na Encarnação e Redenção de Jesus a misericórdia de Deus. O Papa Francisco afirma que "Precisamos sempre contemplar o mistério da misericórdia de Deus. É fonte de alegria, de serenidade e de paz. É condição da nossa salvação" (O Rosto da Misericórdia, 2).

Neste quarto domingo do Advento acende-se na coroa do Advento a quarta vela, sinal do amor divino, enquanto o Padre reza, dizendo: "Bendito sejais, Deus do amor, pela luz de Cristo, sol de nossa vida, a quem esperamos com toda a ternura do coração".

No Evangelho da Missa - Lc 1, 39-45 - a Liturgia de hoje apresenta com toda a grandeza e beleza a figura da Mãe do Senhor para a admirarmos nestes momentos que nos aproximam do Natal. Duas mulheres benditas se encontram, Isabel grávida de João e Maria grávida de Jesus. Maria, chegando apressadamente à casa de Zacarias, saúda Isabel. Até a criança que Isabel traz no seio "salta de alegria", porque sente aproximar-se a portadora da salvação, aquela que traz consigo Jesus. Transbordando de alegria, Isabel enaltece a figura central de Maria, reconhecendo-a como a Mãe do Senhor, e exclama em alta voz e cheia do Espírito Santo: "Bendita és tu entre as mulheres e bendito o fruto do teu ventre". E conclui com esta elogiosa declaração: "Feliz és tu, que creste". Ao contrário do que muita gente pensa a fé traz felicidade. Crer em Deus não significa renunciar à felicidade. Ao contrário, a fé é fonte de sentido para a vida humana, a história, o sofrimento, a morte. A razão para a fé cristã é o amor de Deus revelado na vida e na morte de Jesus.

Ao finalizar a sua mensagem sobre o Ano da Misericórdia (2016), o Papa Francisco nos conclamou "para que voltássemos o nosso pensamento para a Mãe da Misericórdia. Que a doçura do seu olhar nos acompanhe neste Ano Santo, afirmou ele, a fim de podermos todos nós redescobrir a alegria da ternura de Deus. Ninguém, como Maria, conheceu a profundidade do mistério de Deus feito homem. Na sua vida, tudo foi plasmado pela presença da misericórdia que se fez carne. A Mãe do Crucificado Ressuscitado entrou no santuário da misericórdia divina, porque participou intimamente no mistério do seu amor. Escolhida para ser a Mãe do Filho de Deus, Maria foi preparada desde sempre, pelo amor do Pai, para ser Arca da Aliança entre Deus e os homens. Guardou, no seu coração, a misericórdia divina em perfeita sintonia com o seu Filho Jesus. O seu cântico de louvor, no limiar da casa de Isabel, foi dedicado à misericórdia que se estende "de geração em geração". Também nós estávamos presentes naquelas palavras proféticas da Virgem Maria. Isto nos servirá de conforto e apoio no momento de atravessarmos a Porta Santa para experimentar os frutos da misericórdia divina... Dirijamos-Lhe a oração, antiga e sempre nova, da Salve-Rainha, pedindo-Lhe que nunca se canse de volver para nós os seus olhos misericordiosos e nos faça dignos de contemplar o rosto da misericórdia, seu Filho Jesus" (nº 24). Caro leitor e leitora, antecipando os cumprimentos de boas festas, desejo a você e família um Santo Natal e abençoado Ano Novo pleno da graça e da misericórdia de Deus!

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do SAMPI

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