Conversando com o Bispo

Sagrada Família de Jesus, Maria e José

26/12/2021 | Tempo de leitura: 3 min

Natal com amor

No Evangelho da santa Missa do dia de Natal, ontem, a Liturgia nos ofereceu a teologia de João - Jo 1,1-5,9-14. João nos ensina que a Palavra de Deus se tornou realidade humana, virou verdade real visível. E a verdade real visível é esta: "A Palavra se fez carne e habitou entre nós" (v.14). João prossegue argumentando que a todos os que receberam esta Palavra feito carne concedeu adquirir a capacidade de se tornarem filhos de Deus, para que, ultrapassando o nascimento do sangue e da vontade da carne e do varão, pudessem nascer agora novamente de Deus mesmo. No início deste seu Evangelho João começou lembrando que Jesus é a Palavra de Deus desde antes da criação do mundo: "No princípio era a Palavra e a Palavra estava com Deus; e a Palavra era Deus. Depois ele continua dizendo que "Tudo foi feito por meio da Palavra e sem ela nada se fez de tudo que foi feito", isto é, toda a criação. Avançando na explicação, João afirma que "na Palavra estava a vida e a vida é a luz dos homens. E a luz brilha nas trevas e as trevas não conseguiram dominá-la". Pode-se resumir essa bela reflexão de João articulando estas palavras: Palavra de Deus, Vida e Luz que transcendem o nosso entendimento humano e nos colocam face a face com o sublime mistério da Encarnação de Jesus. Só Francisco de Assis compreendeu bem o significado do Natal, quando disse que a Páscoa é, sem dúvida alguma, o mistério maior de nossa fé, no entanto, Jesus não teria morrido e ressuscitado se, primeiro, não tivesse nascido. Se Jesus morreu por amor, primeiro nasceu por amor. A essência do Natal é o amor. A Liturgia indica que o Deus amor nasce de novo na festa da sua Natividade, a qual é celebrada pela Igreja e a humanidade cristãs em todo dia 25 de dezembro. Contemplando em espírito a suprema humildade do Filho de Deus nascido no Natal, São Francisco de Assis admirava como Deus olha para quem dele se aproxima, com ternura e afeto, a mãe Maria, o pai José, o boi e o burro, as ovelhas, os pastores, os reis. E, como alguém jamais fez, Francisco celebrava o santo Natal, montando presépios ao vivo, para que todas as pessoas pudessem contemplar o mistério do mundo divino encontrando-se com o mundo humano e desejassem como ele retribuir com igual amor ao Menino Deus, rendendo-lhe "glória que Ele recebe do Pai como Filho unigênito" (14).

Festa da Sagrada Família

Imediatamente no domingo depois do Natal, coincidentemente no dia de hoje, a Liturgia da santa Missa celebra a festa da Sagrada Família de Jesus, Maria e José. O trecho do Evangelho é de São Lucas 2, 41-52 que nos apresenta Jesus aos doze anos no Templo de Jerusalém. Com esta narrativa Lucas ilustra o crescimento de Jesus em sabedoria, graça e tamanho diante de Deus e dos homens. Isso aconteceu quando seus pais, submetendo-se à lei do Senhor, subiram a Jerusalém na festa da Páscoa. Passados os dias da Páscoa, começaram a viagem de volta, mas o menino ficou em Jerusalém sem que os pais soubessem. Depois de caminharem um dia inteiro deram-se conta da falta dele e voltaram a Jerusalém à sua procura. Três dias depois o encontraram no Templo, sentado em meio aos doutores, escutando e fazendo perguntas. Todos estavam maravilhados com sua inteligência e suas respostas. Ao vê-lo, sua mãe lhe disse: "Por que agiste assim conosco?" Jesus respondeu: "Por que me procuráveis? Não sabeis que devo cumprir a vontade do meu pai?" Este dever marcará toda a sua vida. Jesus desceu com seus pais para Nazaré e era-lhes obediente. Maria conservava no coração todas essas coisas. E Jesus crescia em sabedoria e graça, diante de Deus e dos homens. Este domingo pode ser chamado de Dia da Família. Celebremos, pois, os valores da família na Missa e no interior de nossos lares.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do SAMPI

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