Nosso tempo é um tempo de crise. Experimente comentar qualquer assunto contra o "stablishment" e seja sentenciado como fascista, machista, nazista etc., sob a fúria dos discordantes que destroem reputações em formas de ofensas e ataques morais. Hoje nos encontramos no centro de um intenso debate mundial quanto a liberdade. Entre vários exemplos, um grupo protestava em Nova Iorque contra a exigência do passaporte sanitário para frequentar eventos. Estamos assistindo o tenista número 1 do mundo, Novak Djokovic, detido, censurado e impedido de jogar o Grand Slam por não ter sido vacinado. No Brasil deputados tem alertado que doentes poderão ser barrados em hospitais, trabalhadores ameaçados de ficarem sem seus salários, estudantes impedidos de se matricularem caso não se vacinem. Pressão psicológica. Seriam tais restrições constitucionais? Como concordar em deixar os não vacinados alijados de direitos primários? Jamais podemos abdicar de direitos irrevogáveis. Tem algo estranho.

O BENEFÍCIO DA VACINA

As vacinas protegem pessoas. O benefício das vacinas é indiscutível para o próprio vacinado se contaminado desenvolver a modalidade leve da doença. Quando se fala de liberdades, claro que o direito fundamental da liberdade de um indivíduo é limitado pela liberdade do outro, seguindo a máxima de que a sua liberdade termina onde começa a do outro. Nesse aspecto o que mais se ouve é que a negação da vacina afeta a coletividade. Todavia vemos diariamente vacinados com uma, duas, até três doses contraírem e transmitirem o Covid-19. Navios estão atracados na costa brasileira com passageiros contaminados, todos devidamente vacinados. Quem passou o vírus para quem? As vacinas contra o SARS-CoV-2 têm elevada eficácia na prevenção grave da doença, entretanto não impedem que os indivíduos vacinados sejam infectados e transmissores, como informa a 'fiocruz.br' e o próprio diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus: "Vacinas salvam vidas, mas não impedem a transmissão". Então qual a lógica de tamanha opressão e autoritarismo sobre o contribuinte não vacinado? Como prediz a Bíblia, epidemias serão cada vez mais comuns em novas cepas, variantes letais. Nesse ritmo seremos 'obrigados' a tomar vacinas intermináveis, mas Andrew Pollard, um dos criadores da vacina Oxford AstraZeneca, alertou que não é possível vacinar o mundo a cada 6 meses.

VIVA A VACINA

Sou a favor das vacinas. Possuo o passaporte. Como cristão evangélico protestante sou sempre favorável à pesquisa científica, à medicina moderna e toda atividade farmacológica. No entanto também sou a favor do confrontamento das hipóteses, que é base fundamental para a evolução da ciência. "Não se contesta a ciência", dizem - porém a ciência é um método contínuo de investigação da realidade e de possibilidades testadas que lá na frente poderão ser alteradas. Um simples cidadão pode observar e constatar a realidade palpável em benefício de si. Observar, experimentar e contestar é o método empírico à disposição de quem tem olho e sentidos. Sou a favor da ciência, mas também da inviolabilidade à liberdade de consciência e crença, assim como da intimidade do próprio corpo. Não há como ver com bons olhos qualquer possibilidade de controle onde um não vacinado seja hostilizado como infrator. Estamos chegando na paranoia de "um denunciar o outro" tipo "caças as bruxas" - Sim, somos capazes! (Mateus 10.21). Viva a vacina! Os riscos e benefícios, como toda droga, constam nas bulas. "Meu corpo, minhas regras!", dizem a respeito de outras polêmicas, que seja assim também para a vacina. Se confiamos plenamente no poder da vacina, não há por que temer os não vacinados. Vacina, sim. Negacionismo, não. Ditadura, autoritarismo, ofensa, coerção, nunca. Liberdade, sempre.