Reinaldo Cafeo

Os juros na economia

06/02/2022 | Tempo de leitura: 3 min

A taxa de juros, dentro da política monetária, pode ser considerada um balizador para, juntamente com outras políticas, como a fiscal, interferir no controle dos principais indicadores macroeconômicos. Inflação mais alta exige juros mais altos. Se na outra ponta a intenção levar o país a obter crescimento econômico, os juros caem.

Taxa Selic em 10,75% ao ano

A decisão do Banco Central brasileiro foi visando controlar a inflação. Os efeitos esperados são:

aqueles que possuem sobras de recursos, os agentes superavitários, atraídos por remunerações mais elevadas, como a aquisição de títulos públicos, tendem a poupar seus recursos, adiando o consumo. Na outra ponta, os que têm falta de recursos, os agentes deficitários, constatando que o crédito está mais caro, também adiam o consumo dos bens financiáveis. Resumo do que é esperado com os juros maiores: menor consumo, mantida a oferta de produtos, preços em queda.

Efeito no câmbio

Há ainda o efeito sobre o câmbio. Juros maiores atraem investidores estrangeiros e também ajudam a manter o capital por mais tempo aqui no Brasil. Menor demanda por dólar, juntando-se a maior oferta de moeda estrangeira, a taxa de câmbio cai, evitando a pressão sobre os custos dos produtos que de alguma maneira são indexados à moeda norte-americana.

O que esperar na prática?

O lado previsível, e diria bom deste movimento de política monetária, é efetivamente derrubar a inflação, e com isso, favorecer os mais pobres da população, que sofrem e muito com a carestia. Contudo, tem o efeito colateral: custo do crédito mais caro, menos consumidores com apetite por compras, menor vendas, menor crescimento econômico. Neste ciclo juros altos, queda no crescimento, o desemprego não cede, e a renda média do trabalhador cai. É o chamado cobertor curto.

Portabilidade

Não deixe considerar a mudança de instituição financeira de suas dívidas bancárias, principalmente o financiamento imobiliário. Mesmo com juros maiores agora, pode existir uma oportunidade para redução do valor da prestação, alongando a dívida existente. É a chamada portabilidade. Converse com seu gerente sobre isso.

Empréstimos: consignado e penhor de joias são boas opções

Dentre as modalidades que cobram menor taxa de juros estão o empréstimo consignado e o penhor de joias, isso é devido ao fato de estas modalidades terem garantias. No caso do consignado, desconta no salário e o penhor tem as joias dando a garantia. O penhor de joias é oferecido somente pela Caixa Federal. No caso do penhor tem um apelo adicional: não há restrições na concessão do crédito. O fundamental é sair da zona de conforto e pagar o mínimo possível de juros aos bancos.

Comece a separar a papelada para a declaração do imposto de renda

Não deixe para última hora e já comece a separar a papelada para elaborar o ajuste anual do imposto de renda. Quanto antes você começar a preencher a declaração do imposto de renda, melhor. Quem tem valor a restituir também receberá antes se enviar a declaração logo no início do período definido pela Receita Federal. São questões de planejamento e disciplina. Não faça como a maioria dos brasileiros que deixam tudo para última hora. Na correria podem ocorrer imperfeições.

Mude já, mude para melhor!

Em tempos de tantos ruídos na comunicação, dê crédito a quem tem e passa credibilidade. Cuidado com os "Fakes News". Mude já, mude para melhor!

 

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do SAMPI

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