Conversando com o Bispo

As bem-aventuranças

13/02/2022 | Tempo de leitura: 3 min

No Evangelho da Santa Missa de hoje - Lc 6,17.20-26 - São Lucas conta que Jesus, com os Doze, desceu da montanha e, parando num lugar plano, encontrou uma multidão de gente de toda a Judéia e de Jerusalém, do litoral de Tiro e Sidônia. Levantando os olhos para seus discípulos, Jesus proclamou a esse povo o grande discurso das Bem-aventuranças, a Carta Magna do Reino, também conhecido como o Sermão da Planície. O Sermão da Planície do Evangelho de São Lucas (Lc 6) é semelhante ao Sermão da Montanha de São Mateus (Mt 5-7), com duas diferenças básicas: A mensagem é a mesma, contudo Lucas a apresenta de forma mais realista e abreviada; os ouvintes são distintos, em Lucas é a multidão de pessoas, em Mateus são os discípulos.

No seu Evangelho São Lucas apresenta quatro Bem-aventuranças que são contrapostas a quatro "Ai de vós":

- Bem-aventurados os pobres, porque deles é o Reino de Deus. Ai dos ricos, porque já têm a sua consolação neste mundo.

- Bem-aventurados os que têm fome, porque serão saciados.

Ai dos que têm tudo, os gozadores da vida, porque passarão fome.

- Bem-aventurados os que choram, porque haverão de rir. Ai dos que riem, porque terão luto e lágrimas.

- Bem-aventurados os que sofrem por causa da sua fé no Filho do Homem, porque será grande a sua recompensa no céu. Ai dos que forem elogiados sem mérito, pois do mesmo modo seus pais tratavam os falsos profetas.

Jesus declarou bem-aventurados os pobres, os famintos e os abatidos ali presentes diante dele, porque veio trazer justamente para eles, os mais necessitados, o Reino de Deus e, com isso, a libertação e a salvação da pobreza, da fome e da miséria. Para estes a sua mensagem é de bem-aventurança, de felicidade, de bênção. No entanto, desfavorável é a sua mensagem para os ricos, os abastados e os gozadores; Jesus a proclamou como uma ameaça, na expressão do "Ai de vós". Esta maneira de Jesus contrapor os felizes com os infelizes - Bem-aventurados com Ai de vós - faz eco ao Cântico de Nossa Senhora, no seu Magnificat: "O Senhor estende sua mão poderosa e derrota os orgulhosos com todos os seus planos. Derruba os poderosos dos seus tronos e eleva os humildes. Dá fartura aos que têm fome, e manda os ricos embora com as mãos vazias" (Lc 1,51-53).

Jesus trouxe o Reino de Deus para os pobres, sem, contudo, expulsar dele de antemão os ricos, aos quais convida à conversão. Tanto a pobres quanto a ricos Jesus propõe a humildade e a coragem de fazerem a leitura dos Evangelhos. Os pobres para não se deixarem enganar pelas ilusões das riquezas deste mundo, os ricos para que abram os olhos para a origem e/ou consequências perversas de sua riqueza.

"Ó Deus, que rejeitais os soberbos e concedei a vossa graça aos humildes, escutai o grito dos pobres e dos oprimidos que se levanta até vós de todos os cantos da terra, quebrai o jugo da violência e do egoísmo que nos torna estranhos uns aos outros, e fazei que, acolhendo-nos como irmãos, nos tornemos sinal da Humanidade renovada no vosso amor. Amém!"

"Maria, passa à frente e pisa a cabeça da serpente".

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do SAMPI

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