Reflexão e Fé

Combate às drogas e ao alcoolismo

27/02/2022 | Tempo de leitura: 4 min

Enquanto o mundo olha com preocupação a possibilidade de uma guerra envolvendo a Rússia, Ucrânia, e seus aliados, China, EUA e OTAN, uma outra guerra silenciosa tem sido travada diariamente em milhares de lares: "A luta contra às drogas". Dia 20/02 foi o Dia Nacional de Combate às Drogas e ao Alcoolismo. A Organização Mundial da Saúde (OMS) considera que a dependência em drogas lícitas ou ilícitas é uma doença. O uso indevido de substâncias como álcool, cigarro, crack e cocaína é um problema de saúde pública de ordem internacional que preocupa nações do mundo inteiro, pois afeta valores culturais, sociais, econômicos e políticos. Entretanto nesse ano não se viu quase nenhuma manifestação nessa data importante, logo o tráfico aplaude e comemora. O tráfico não pára e a sociedade pouco se previne. Infelizmente a mídia e os governos não tratam o alcoolismo e as drogas como um mal devastador. A cada dia famílias sofrem desesperadamente com o problema das drogas e do álcool. Há pouco mais de uma semana, três brasileiros, entre eles uma jovem de apenas 21 anos, desembarcaram na Tailândia e foram flagrados pelas autoridades locais com 15,5 quilos de cocaína no aeroporto. Nesse país asiático, o tráfico internacional de drogas é passível de condenações à prisão perpétua ou mesmo à pena de morte. O desespero tem tomado conta da vida e das famílias desses três jovens. As drogas e o álcool continuam destruindo milhares de vidas e nem mesmo no dia da conscientização do combate, se viu a sociedade organizada levantando à bandeira da prevenção.

UM MAL CRESCENTE

O consumo de drogas no Brasil já ultrapassou todos os limites previstos. O descontrole é tanto que dificilmente encontraremos alguém na rua que não conheça quem teve ou esteja sofrendo com o problema. Pesquisas tentam desvendar o motivo de tanta necessidade desse consumo e como rapidamente se espalha. Segundo Levantamento Nacional de Álcool e Drogas (Lenad), feito pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) divulgado ano passado, o Brasil é o segundo maior consumidor de cocaína e derivados, atrás apenas dos Estados Unidos. Hoje o país responde por 20% do mercado mundial de drogas. Ao todo, mais de 6 milhões de brasileiros já experimentaram cocaína ou derivados ao longo da vida. Entre esse grupo, 2 milhões fumaram crack, óxi ou merla alguma vez e 1 milhão de pessoas usaram alguma dessas três drogas no último ano. Outra parte do estudo da Lenad relata que 8 milhões de brasileiros já experimentaram maconha - droga considerada "leve" - a maioria, 62%, antes dos 18 anos. Desses 8 milhões, 37% admitem que hoje são dependentes de drogas e 2 milhões de pessoas usam tanto maconha quanto cocaína. O contato com a droga começa cedo: quase metade (45%) dos usuários provou a substância pela primeira vez antes dos 18 anos. Essa experimentação precoce, de acordo com os pesquisadores, aumenta o risco do uso de outras drogas ao longo da vida e causa incidências de doenças psiquiátricas. A sociedade parece estar dividida entre a que sofre e a que inda vai sofrer com o uso de drogas lícitas ou ilícitas. E o consumo é muito maior do que as pesquisas apontam. É só olhar nas praças, nos becos, nos cantos das cidades, nas festas, nas rodinhas nos condomínios, as drogas estão por toda parte.

Importância da família e da igreja

A luta contras às drogas e o alcoolismo é real e presente em grande parte dos lares brasileiros. Para o dependente a saída não é nada fácil. Internar um filho viciado, como muitos pais têm feito, é uma atitude que até pouco tempo atrás era vista como exagerada. As famílias não aceitavam o problema. Atualmente muitos pais sustentam o vício dos filhos, mas quando a situação se deteriora, ficando insustentável, a família é obrigada a despertar. Por isso a importância da família desenvolver ampla comunicação e dos pais observarem e orientarem os filhos. Quanto menos diálogo, mais suscetível os jovens se encontrarão sob más amizades e influências danosas. Na verdade a maioria dos vícios começam com uma amizade nociva. A falta de atenção da família pode levar um jovem a ficar vulnerável ao universo das drogas. Nessa guerra a Igreja não tem perdido seu papel social e espiritual em reduzir as estatísticas, sendo protagonista na recuperação de dependentes químicos e no enfrentamento dessa epidemia que tem causado consequências devastadoras. O Dia Nacional de Combate às Drogas e ao Alcoolismo passou quase em branco, mas ainda há tempo de acordar.

Hugo Evandro Silveira

Pastor Titular - Igreja Batista do Estoril.

E-mail: hugoevandro15@gmail.com

 

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do SAMPI

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