Reflexão e Fé

Páscoa é ressurreição

10/04/2022 | Tempo de leitura: 4 min

Quando chega a Páscoa muita gente pensa primeiramente nos famosos ovos de chocolate. Sem querer tirar a alegria das crianças, é importante partilhar, inclusive com as crianças, que o significado da Páscoa é Jesus Cristo morto e ressurreto. Páscoa é ressurreição! A primeira Páscoa aconteceu como o evento em que Deus libertou o povo hebreu da opressão do Egito. A partir de então a Páscoa tornou-se decreto perpétuo e passou a ser celebrada como grande salvação. Enquanto o Egito representava a escravidão, a opressão e a exploração, a comemoração da Páscoa marcou o momento de libertação do povo na transição para uma nova vida. Enquanto o Egito significava prisão, desesperança, humilhação e agonia, a Páscoa trouxe novos sonhos, um recomeço e a provisão divina, ressuscitando a vida em plenitude, manifestando a graça de Deus.

SOMBRA DA REALIDADE

A Páscoa judaica era a sombra da realidade que é Cristo (Colossenses 2.16-17; Hebreus 10.1). Quando Jesus, judeu, celebrou a sua última Páscoa (Mateus 26.19ss ; Lucas 22.14ss) ele revelou a ligação, semelhança e conexão que havia entre a Páscoa histórica judaica e a sua própria vida e manifestação: Da mesma forma que na primeira Páscoa no Egito precedeu-se uma escuridão antes da morte dos primogênitos egípcios (Êxodo 10.21-23) também houve densas trevas no momento da crucificação do Cristo (Mateus 27.45) que era a morte do "Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo" (João 1.29). Outra semelhança ocorreu que na essência da Páscoa hebraica foi revelada a graça salvífica de Deus ao libertar os hebreus filhos de Abraão, Isaque e Jacó (Deuteronômio 7.7-10) e agora comemoramos a Páscoa como celebração da salvação recebida de Cristo por sua maravilhosa graça (Efésios 2.8-10; Tito 3.4,5). Na escravidão do Egito, o sacrifício da primeira Páscoa foi o cordeiro "substituto" (Êxodo 12.27), "sem mácula" (Êxodo 12.5) - isso era a sombra da realidade que apontava para Cristo que é o cordeiro imaculado, impecável e perfeito Filho de Deus (João 8.46; Hebreus 4.15; 1 Pedro 1.19) em substituição à morte dos que creem nEle (2 Coríntios 5.21; 1 Pedro 2.24). No Egito, a apropriação da Páscoa envolveu o aplicar do sangue nos umbrais das portas para livramento da morte dos primogênitos hebreus (Êxodo 12.13, 23, 27; Hebreus 9.22) e o comer da carne assada do cordeiro, junto com pães asmos e ervas amargas simbolizando a identificação dos beneficiados com o sacrifício realizado (Êxodo 12.4, 8- 11) - agora, na nova Páscoa, igualmente Jesus ordenou: "comei e bebei" referindo-se ao pão que simboliza o seu corpo partido, a fim de nos livrar da morte e o cálice que significa o sangue da nova aliança derramado para remissão dos pecados de muitos (Mateus 26.28 ; Lucas 22.14-20 ; 1 Coríntios 10.16-17, 11.24-26). Por fim, no Êxodo do Egito a memória da Páscoa deveria ser estabelecida como celebração perpétua, ato solene para as gerações futuras, anunciada de geração a geração (Êxodo 12.14, 26) - do mesmo modo, Jesus não fez questão de ser lembrado por seu nascimento e nem mesmo por seus milagres, em nenhum momento de seu ministério ele ordena que seu nascimento seja lembrado ou comemorado, mas determinou enfaticamente que repetissem a ceia pascal em memória perpétua de seu sacrifício na cruz: "fazei isso em memória de mim" (1 Coríntios 11.24-25).

LIBERTAÇÃO

Os que celebram, aqueles que comemoram conscientemente, todos os que creem, não estão mais debaixo do jugo do Egito/opressão/pecado/morte, mas desfrutam por meio da fé a libertação. Através do sacrifício de Jesus, em celebração da vitória, através do cordeiro pascal que foi morto na cruz eliminando o pecado e suas consequências mortais (João 1.29), toda pessoa pode ser liberta "simbolicamente do Egito", da prisão do pecado, da morte eterna que aprisiona almas perdidas e cansadas. A consequência disso é que assim como Jesus ressuscitou, todos os que foram livres do pecado por meio do seu sangue, juntamente com Cristo ressuscitarão para uma vida eterna e abundante. Portanto, celebremos todos os domingos, festejemos todos os dias o nosso Jesus Cristo, o cordeiro pascal e, desfrutemos de sua graça maravilhosa que nos trouxe expiação, prosperidade, salvação e libertação plena. Com seus filhos ao redor da mesa, com toda a família presente ensine o profundo e celestial fundamento da Páscoa cristã, o entendimento correto e bíblico, conforme os antigos cristãos declaravam com reverência: "Cristo ressuscitou! Sim, verdadeiramente ressuscitou", tenhamos libertação, paz e vida.

Hugo Evandro Silveira

Pastor Titular - Igreja Batista do Estoril.

E-mail: hugoevandro15@gmail.com

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do SAMPI

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