Conversando com o Bispo

Domingo de Ramos - Ano C

10/04/2022 | Tempo de leitura: 3 min

"Bendito o Rei que vem em nome do Senhor! Paz no céu e glória nas alturas!"

Fazemos hoje a memória da entrada solene de Jesus a Jerusalém. Montado num jumentinho, Jesus passava pelo caminho e o povo ia estendendo suas roupas no chão. Com profundo respeito e veneração, todos aclamavam a Jesus, saudando-o como rei bendito. É o que ouvimos no Evangelho da procissão de entrada à Igreja na Missa deste Domingo de Ramos - Lc 19,28-40. Rumo à Páscoa, celebraremos nesta Semana Santa os mistérios da paixão, morte e ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo.

Hoje, nós também trazemos nossos ramos para serem abençoados na Missa e, com igual devoção e veneração, desejamos acompanhar Jesus para reviver com ele essa sua hora máxima da cruz, quando alcançou para todos nós a graça libertadora e salvadora.

Cristo continua a sua agonia até o fim do mundo, um pensamento da tradição cristã que fecundou a sensibilidade dos místicos de todos os tempos. O Ressuscitado, hoje, não sofre nem morre mais, continua, porém, a sofrer onde existe uma pessoa sofrendo, um enfermo, um pobre, um excluído. Todas as dores do mundo são dores de Jesus Cristo, na cruz. Abraçadas todas essas dores pelos cristãos para "contemplar ao que falta aos sofrimentos de Cristo" (Col 1,24); todas elas serão sementes de ressurreição e vida nova.

Acompanhar Jesus no mistério da cruz é preciso, se quisermos aceitar a própria vida com todas as suas horas particularmente com a da provação, obedecer à vontade do Pai, sofrer com os que sofrem, fazer-nos próximos dos enfermos e lutar em favor da vida e para que a saúde se espalhe sobre a terra.

Acompanhemos o humilde rei salvador, Nosso Senhor Jesus Cristo, rumo à sua Páscoa, que é também a Páscoa de todos os cristãos. E supliquemos a Deus o dom de conhecer e abraçar a sagrada ciência do amor sem limites, que, pelo testemunho de Jesus, é a humilde aceitação da vontade do Pai na vida e o dom pessoal de si para com os outros.

Amor sem fim

O amor sem fim de Deus foi demonstrado por Jesus, quando se apresentou na figura do Servo Sofredor: Cristo crucificado, sepultado e ressuscitado.

Esse mistério do amor de Deus, a Igreja reviverá no Tríduo Pascal, que está no centro da Semana Santa. Na Missa vespertina da quinta, celebra-se a instituição da Eucaristia, Sacerdócio e Mandamento Novo com o Lava-pés. Na sexta, não há Missa, mas a comemoração da Paixão de Cristo, com a procissão do Senhor morto. No sábado, a comunidade debruça-se sobre a sepultura, comungando com Maria da mesma dor e silêncio. Na solene Vigília do Sábado de Aleluia, a explosão festiva da ressurreição de Cristo enche o coração dos cristãos e invade os espaços eclesiais e siderais. Pois é a Páscoa do Senhor e dos cristãos, a festa da vida nova em Cristo ressuscitado, que continua no domingo da Páscoa e perpassará 50 dias até Pentecostes.

Jesus na cruz é o amor crucificado de Deus por nós. Pensamento que Simone Weil expressou assim: "Deus, enquanto amor, está pregado absolutamente à cruz". O amor crucificado de Jesus é o amor de Deus que perdoa e salva. "Para salvar o servo, sacrificaste o Filho", faz-nos cantar Santo Ambrósio, no "Exultet" da Vigília Pascal.

Acompanhando Jesus passo a passo no caminho da paixão, morte e ressurreição, que o Senhor nos fortaleça para o caminho que ainda temos a percorrer na vida e missão.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do SAMPI

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