Reinaldo Cafeo

Reforma cambial

10/04/2022 | Tempo de leitura: 3 min

Prevista para entrar em vigor no fim de dezembro, a reforma cambial já movimenta empresas que atuam no setor internacional brasileiro, bem como o meio financeiro. Todos estão de olho nas novas oportunidades de modelos de negócios, tecnologia e atração de investimento estrangeiro diante da maior liberdade para as operações com moeda estrangeira. Os setores que mais estão interessados nas mudanças são:infraestrutura, fintechs, mineração, exportadores, empresas de tecnologia e bancos em geral.

O que vem por aí

A nova regulamentação do mercado cambial permitirá o pagamento instantâneo (via PIX). Também a nova lei permitirá a compra e venda de moeda estrangeira entre pessoas físicas (hoje vedado), com limite de até US$ 500. Isso permite comercializa, oficialmente, eventuais sobras de dólares após uma viagem internacional. Muda o limite para declarar moeda em espécie para viagens internacionais. Saltará dos atuais R$ 10 mil (um pouco mais de 2 mil dólares na cotação atual) para US$ 10 mil (um pouco menos de R$ 50 mil). Flexibiliza a relação internacional. Vamos acompanhar e trazer detalhes ao longo do ano.

Juros nos Estados Unidos

A ata da última reunião de política monetária, publicada na quarta passada, revela que a maioria dos diretores do Fed (Banco Central americano) indicou que um ou vários aumentos de 0,5 ponto percentual podem ser necessários nos próximos meses. A sinalização anterior era de 0,25 ponto percentual. Além disso, os dirigentes concordam que seria apropriado iniciar o processo de redução do balanço patrimonial após a próxima reunião de política monetária, em maio. Cai dos atuais US$ 60 bilhões para cerca de US$ 35 bi. Menor liquidez no mercado.

Impacto no câmbio

Não obstante o Brasil estar em um bom momento no câmbio, com fluxo cambial positivo, derrubando a cotação do dólar, um movimento de juros nos EUA mexe com a cotação diária. Juros mais elevados nos Estados, economia extremamente segura, atrai capital estrangeiro, deixando países emergentes, como o Brasil. Vamos ficar de olho.

Vendas da indústria de materiais construção: 7º mês em queda

Dados da Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção apontaram que as vendas na indústria de materiais de construção tiveram queda no sétimo mês consecutivo em fevereiro. Descontando a inflação, a queda real foi de 10,4% em relação ao mês de janeiro deste ano. Depois de a vendas aquecidas o mercado observa uma acomodação. Melhora só mais no fim do ano.

Declaração do Imposto de Renda: data adiada

A Receita Federal decidiu adiar para 31 de maio o prazo final para entrega da Declaração do Imposto de Renda. O último balanço da Receita apontou para mais de 11 milhões de declarações enviadas. Fica a dica: mesmo com o adiamento não deixe para última hora.

Relação Dívida Pública Bruta e PIB

Um indicador muito caro para os analistas de mercado, indicando a boa ou má gestão das contas públicas, é a relação Dívida Pública Bruta e o Produto Interno Bruto (PIB). Quanto mais elevada esta relação, menos confiável é o país. Atualmente esta relação está no patamar de 82%. Subiu 27,2% durante a pandemia. Os juros em alta estão aumentando o endividamento interno, e com o PIB crescendo menos, o índice sobe. Nada fora de controle, mas é preciso redobrar a atenção.

Entendendo melhor

Para entender melhor o índice Dívida Pública com o PIB, pense em seu orçamento doméstico. Você pega dinheiro emprestado no banco. Este valor do empréstimo dividido pela sua renda anual é de 20%, por exemplo. No mês seguinte sobe para 25%. Depois para 30%, 40% e assim por diante. Em determinado momento o banco terá dúvidas se você conseguirá pagar e pode suspender os empréstimos e/ou elevar os juros. Tomada as devidas proporções isso pode ocorrer com um país quando não cuida das contas públicas e não controla o endividamento público.

Mude já, mude para melhor!

Agir no século 21 com a cabeça do século 20 retarda o avanço, para melhor, da sociedade. Pense nisso. Mude já, mude para melhor!

 

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do SAMPI

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