Conversando com o Bispo

A Páscoa de Cristo e dos Cristãos - Ano C

17/04/2022 | Tempo de leitura: 3 min

A Páscoa é a maior festa cristã. Jesus Cristo ressuscitou, venceu o mal e o pecado e nos trouxe a libertação e a salvação. Alegremo-nos e exultemos, pois este é o dia que o Senhor fez para nós. Deixemo-nos renovar inteiramente para servirmos o Senhor de todo o nosso coração.

No Evangelho da santa Missa deste domingo de Páscoa - Jo 20,1-9 - vemos Maria Madalena indo ao sepulcro de madrugada. Ela encontrou a pedra retirada do túmulo e, entrando, viu que estava vazio. Ela saiu correndo ao encontro de Pedro e João para informar que o sepulcro estava vazio. Os dois se apressaram, mas João chegou primeiro e viu, depois chegou Pedro que também viu. O que eles viram? Viram as faixas de linho dobradas e deitadas no chão e o pano que tinha estado sobre a cabeça de Jesus enrolado e posto num lugar à parte. Pedro, João e Maria Madalena viram e acreditaram, embora ainda não tivessem compreendido a Escritura, segundo a qual Ele devia ressuscitar dos mortos. No Evangelho de Lucas, anjos disseram às mulheres: "Por que procurais entre os mortos Aquele que vive? Ele não está aqui; ressuscitou" (Lc 24,5-6). Em Mateus, as mulheres eram Maria Madalena e a outra Maria, em Marcos, além de Maria Madalena, as outras eram Maria, mãe de Tiago, e Salomé. Segundo estes apóstolos um Anjo disse às mulheres que o Crucificado ressuscitou e que fossem dar esta boa notícia aos discípulos. Segundo Mateus, logo em seguida, Jesus veio ao encontro das mulheres e disse: "Não temais! Ide anunciar a meus irmãos que se dirijam para a Galileia; lá me verão" (cf. Mt 28,1-10; Mc 16,1-8).

A filosofia progressista, materialista, liberalista vem gerando uma religião conhecida como religião burguesa, divulgada para desvirtuar a legítima religião cristã, o verdadeiro cristianismo. Essa religião burguesa aparece bem visível vendendo valores, ideias e ideais como estes: ser livre, ser feliz, ter sucesso, bem-estar, lucro, segurança, comodismo, sucesso da ciência, ruptura com o passado, relativismo ético no presente. O máximo do bem-estar com o mínimo do sacrifício é o ideal proposto para o homem moderno. Uma vida moral sem disciplina, luta, sacrifício, dor, cruz. Que bom seria isso, não? Assim também, segundo essa crença moderna, o amor nunca deveria ser exigente nem eterno nem que levaria alguém à morte para salvar o outro. Não, não, o amor só seria eterno enquanto durasse, seria pesado só se fosse para o outro, levaria à morte, mas só a do outro. Então, para os religiosos burgueses a morte de Cristo - ainda que Paulo explique que "Cristo morreu por nossos pecados, segundo as Escrituras. Foi sepultado, ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras. Apareceu a Cefas e depois aos doze. Em seguida, apareceu a mais de quinhentos irmãos de uma vez, a maioria dos quais ainda vive. Posteriormente, apareceu a Tiago, e, depois, a todos os apóstolos. Em último lugar, apareceu também a mim como a um abortivo" (1Cor 15,3-8) - teria sido a demonstração da fraqueza de Deus, do fracasso do seu projeto e, então, de que seria ilusória a nossa fé.

No entanto, é neste Jesus Cristo, crucificado, morto e ressuscitado que nós cremos e por Ele vivemos. Como afirma São Paulo, "Nós, porém, anunciamos Cristo crucificado, que para os judeus é escândalo, para os gentios é loucura, mas para aqueles que são chamados, tanto judeus como gregos, é Cristo, poder de Deus e sabedoria de Deus. Pois o que é loucura de Deus é mais sábio do que os homens e o que é fraqueza de Deus é mais forte do que os homens" (1Cor 1,23-25).

Mergulhados na água pela fé e a ação do Espírito Santo, fomos sepultados na morte redentora de Cristo e, saindo novamente da água, ressuscitamos para uma vida nova em Cristo ressuscitado, participação esta que se chama mistério pascal.

 

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do SAMPI

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